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(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 12 de junho de 2019

MPF vai acompanhar as investigações do assassinato de Carlos Cabral em Rio Maria (PA)

Quarta, 12 de junho de 2019
Do MPF
Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais foi morto a tiros ontem (11), na cidade que tem um histórico sangrento de lideranças mortas por conflitos agrários
Arte: Ascom/MPF-PA
Arte: Ascom/MPF-PA
O Ministério Público Federal (MPF) abriu procedimento para acompanhar as investigações sobre o assassinato a tiros do sindicalista Carlos Cabral Pereira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Rio Maria, no sudeste do Pará. 

O crime aconteceu ontem (11) e o acompanhamento do MPF se iniciou com pedidos de informações às Polícia Civil e Militar em Rio Maria, à Delegacia de Conflitos Agrários em Marabá, ao Ministério Público do Estado do Pará, à Delegacia da Polícia Federal em Redenção, ao Sindicato que a vítima presidia e à Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras (CTB), ao qual era filiado.
Nos ofícios, o MPF informa a abertura do procedimento e pede informações sobre investigações, diligências e as circunstâncias do assassinato. O acompanhamento é necessário pelo histórico de violência agrária no Pará e pelos precedentes de condenações de estados nacionais pela ausência de proteção a defensores de direitos humanos. 

O município de Rio Maria tem um histórico sangrento de conflitos agrários. Carlos Cabral é o terceiro presidente do Sindicato de Trabalhadores Rurais a ser morto a tiros. Ele também era ex-marido de Luzia Canuto, que teve o pai, João Canuto, assassinado em 1985 e dois irmãos, José e Paulo Canuto, mortos em 1990. Em 1991, o sucessor de João Canuto no Sindicato, Expedito Ribeiro, também foi morto a tiros. 

As instituições policiais que serão questionadas como parte do procedimento têm prazo de 30 dias para enviar as informações ao MPF em Redenção, que ficará responsável pelo acompanhamento das investigações.