Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

terça-feira, 11 de junho de 2019

Denúncias e Desmonte do Brasil

Terça, 11 de junho de 2019

Por
Pedro Augusto Pinho


Diante de um crime, seja na vida real ou no romance policial, a pergunta que se impõem é sempre: a quem interessa? quem ganha com ele? E como aparecem? como vazamento? ação de hacker? jornalismo investigativo? Há evidências de que a Operação Lava Jato foi montada pelo juiz Sergio Moro, hoje Ministro da Justiça, e pelo Ministério Público Federal, em Curitiba, para condenar inocentes à prisão.

Mas terá se limitado a isso? Ou é mais uma batalha da guerra híbrida que está destruindo o Brasil desde o governo do General Figueiredo, aguçada com a descoberta de uma Arábia Saudita de petróleo, em 2007, nas costas do Brasil?

Lembremos que a Operação Lava Jato teve início com os mesmos atores da Operação Banestado, sobre a qual foi colocado um enorme, abrangente tampão além fronteiras. Moro, Youssef, Dario Messer são alguns dos personagens que trabalharam nas duas encenações.

Mas existe o interesse, mal escondido, dos Estados Unidos da América (EUA), não de seu povo ingênuo e desinformado, mas de seus bilionários, nas finanças e na mídia, e de órgãos públicos, com ações privadas, como o Departamento de Estado (SD), Agência Central de Inteligência (CIA), Agência de Segurança Nacional (NSA), e privados, com dinheiros públicos, como Council on Foreign Relations (CFR), National Endowment for Democracy (NED), Alliance for Securing Democracy (ASD) etc.

Para não fugir da razão maior deste artigo - o Brasil - mas como exemplo dos interesses do capital financeiro, que abrevio banca, em tudo que ocorre atualmente no mundo, peguei dois megagrupos de comunicação, processamento da informação e atividades que objetivam criar cortinas para ações que não podem ser desvendadas, e levantá-las quando se trata de expor quem não mais serve a seus interesses (será o caso Moro?) ou está em oposição a seus desejos.

Vejamos as composições acionárias da Graham Holdings Company (GHC) e da Amazon.com Inc (AMZN), em participação percentual, apenas para os maiores acionistas institucionais, que representam, respectivamente, 73,38% e 34,95% do capital social. São fundos financeiros, quase sempre em paraísos fiscais.


Já sabemos de abundantes eventos e estudos, ensaios e artigos técnicos e jornalísticos que para a banca não há direita nem esquerda, existem governos e instituições que agem a favor ou contra seus interesses. Os que atuam contra a banca são ora assinalados pela mídia como comunistas, ora, quando a situação é oposta, como fascistas. O que tem em comum estes comunistas e fascistas é o nacionalismo. Quem esteja defendendo seu País, o Estado Nacional e sua soberania será etiquetado como comunista ou fascistas, sem que haja para isso rigor histórico, filosófico ou político.

O maior grupamento que se constituiu contra a banca foram os BRICS - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Do lado da banca, além do domínio do sistema financeiro, teve a ajuda dos EUA, especialmente do que se convencionou chamar "deep state", as organizações que não são escolhidas pelo voto nem se alteram pelas eleições, e do Reino Unido, por suas aristocracias de origem e dos "gentries".

Brasil e Índia, apesar da enorme distância cultural, tem algo em comum. A elite entreguista, a formação de uma classe que jamais se sentiu nacional em seu país. Sempre se viu "um europeu nos trópicos", mesmo que no Himalaia ou em nossas serras sulistas. Este olhar estrangeiro tem Fernando Henrique Cardoso e Jair Bolsonaro, mas não tiveram Getúlio Vargas e Ernesto Geisel.

O projeto onde, nas minhas limitadas condições, insiro a ação do Glenn Greenwald, The Intercept, é o mais importante para banca e mais danoso para o Brasil: o fim do Estado Nacional Brasileiro.

O objetivo da Lava Jato - destruir a competitiva engenharia brasileira, a construção naval, o desenvolvimento da energia nuclear e a Petrobrás - já foi alcançado. O que resta fazer, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, confessado agente da banca, está em condições ou já está executando. O agente Moro pode ser descartado.

Mas a banca é muito mais competente. Aproveita este pontapé para influenciar nas divergências internas do que venho denominando Condomínio Bolsonaro. Afinal, dominando serviços de informações público e privados, legais e ilegais, a banca detém sólidos dossiês para os embates que certamente se travarão.

Quando se depara com alguém de vida até então imaculada, como nos parece o General Hamilton Mourão, vice-presidente, irá, com grande probabilidade, colocar cola na cadeira do Presidente, cujos malfeitos familiares não estiveram/estão (?) no âmbito da Lava Jato.

O objetivo da banca e do que sobrou do Império estadunidense é impedir que o Brasil (também a Índia) se torne Estado Nacional Soberano, pois, nesta condição e em pouquíssimo tempo, como já vimos em dois governos militares (1969-1979), estará entre as maiores e mais fortes nações Para isso só nos tem faltado governo independente, que rompa as amarras com a "elite do atraso" (obrigado Jessé Souza) e a humilhante subserviência aos estrangeiros.

Também não precisa temer parcerias, a não ser que o complexo de vira-lata fale mais alto.

No Duplo Expresso, de 11/06/2019 (https://duploexpresso.com/?p=105547), Romulus Maya, coordenador, e o antropologo, professor Piero Leirner, com o jornalista internacional e analista Pepe Escobar desenvolveram a hipótese de interessar esta divulgação para também atingir a Rússia, do grupo dos BRICS, cuja próxima reunião será no Brasil.

Esta análise fecha com as camuflagens que acompanham a guerra híbrida, as máscaras da banca, como me refiro. O fortalecimento dos BRICS, repito, é totalmente contrário à banca. Os militares brasileiros, em sua maioria, eu creio, desejam servir ao Brasil Potência e não ao  Brasil Colônia. Nos BRICS está o mais amplo e forte apoio tecnológico e financeiro que o Brasil poderá dispor para seu desenvolvimento. Intrigar, fazer fofoca de cozinha envolvendo um empregado de fundos - The Intercept - não nos surpreende.

E quem, além de Pierre Omidyar, detém ações da eBay? Vanguard, State Street, BlackRock, Wellington .......

Pedro Augusto Pinho, avô, administrador aposentado