Terça-feira, 11 de junho de 2019
Por
Helio Fernandes*
Enquanto o capitão não se decide e não entra em cena, vastíssima discussão sobre as consequências. O pânico é total, mas a satisfação não é menor. Contradição, mas realidade. Existem os que vibram com a anulação dos julgamentos da famosa operação. E os que se apavoram com a formação de uma sempre incerta CPI.
A parcialidade dos julgamentos da Lava-Jato, foi levantada pelos advogados de Lula, há mais de 1 ano. E pediram o afastamento dele do julgamento do ex-presidente. O que foi negado sumariamente. Os fatos mostram que estavam cobertos de razão. E Moro deu razão a eles, afirmando, "não tenho conclusões e sim ILAÇÕES".
(Isso está claro nos RECEIOS manifestados por ele, revelados pelo intercept. Enquanto apuro, analiso e escrevo, na pauta da Segunda Turma do STF, está o julgamento das possíveis "perseguições e injustiças"
praticadas contra o ex-presidente). Haja o que houver, nada mais será como antes.
Mas o capitão, para se preservar, pode diminuir a pressão contra Moro. A ultima palavra é dele. Por algum tempo. O país tem que esperar.
O PAÍS ESTREMECE COM O ESCÂNDALO DA LAVA-JATO (2)
Dallagnol queria ser PGR, encontrou muitas resistências. Agora ficará feliz se mantiver as regalias, os salários e os privilégios. Depende do capitão.
Moro vem se desgastando desde que mudou para Brasília. Seu objetivo obvio, era ser supostamente presidenciável, logo depois do capitão. Jogou fora todo o futuro. Ficará feliz em se manter como ministro até 2002. E depois, se aposentar pelo tempo em que atuou como juiz. Depende do capitão.
Bolsonaro chamou Moro para conversar ontem, terça. Imaginem onde foi o encontro? Nas comemorações de uma das batalhas mais importantes da estranha Guerra do Paraguai. Quando o general brasileiro, incentivou suas tropas: "O Brasil espera que cada um cumpra o seu dever".
Bolsonaro não cumpriu o dele, é bem verdade que não é general. Moro ficou ao lado dele, de vez em quando o capitão sussurrava alguma coisa no seu ouvido.
Depois "inocentou" Moro, está incondicionalmente com ele.
Tem apoios fortíssimos nos órgãos de comunicação, que propagam o silencio.
E também a omissão. O escândalo de Moro-Dallagnol ganhou a repercussão mundial que merecia. Aqui não saiu nada.
Mas o escândalo está longe de ter acabado. Ou sido soterrado.
O espanto com o escândalo foi muito grande. Eliminá-lo não depende do capitão.
SEM FREIO, O PIB NÃO PARA DE CAIR
Em janeiro, logo depois da posse do capitão, a expectativa (ou presunção do governo) era tão otimista, que divulgavam ou especulavam, que ficaria entre mais 2,8 ou 2,7%. Os meses se passaram e o otimismo se transformou em pessimismo. Interno e externo.
A queda foi se acelerando os números foram ficando mais baixos, já são assustadores. Deu uma parada em 2% de alta. Animação para muitos, menos para analistas sérios, economistas independentes, especialistas competentes.
Parecia que havia encontrado uma barreira promissora no 1%. Até isso foi rompido. Ontem o FMI acentuou a queda parando em 0,9%.
O JULGAMENTO QUE PODERIA FAVORECER LULA
A Segunda Turma do STF começou a examinar ontem, o HC coletivo que talvez beneficiasse o ex-presidente. O relator, Lewandowski, votou para que a questão fosse para o plenário. Vai.
Lula não ficou aborrecido ou revoltado, não estava muito interessado. Talvez pudesse ganhar uns dias de liberdade.
Ele e seus advogados têm esperança no próprio recurso: anulação da condenação. Apresentam justificativas irrefutáveis. Ha mais de 1 ano pediram o afastamento de Moro dos julgamentos de Lula.
Alegação: PARCIALIDADE.
O STJ negou sem sequer debater a questão.
Moro foi AUTOR na primeira condenação. CÚMPLICE na segunda, no TRF-4. Denunciei a excrescência na época.
ÚLTIMA NOTA
O ministro Marco Aurelio Mello prestou grande serviço à opinião pública. Comentando a matéria altamente jornalística do site "Intercept". Sobre o então juiz, Sergio Moro.
Textual: "É inconcebível CONVERSA PRIVADA entre juiz e MP".
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*Fonte: Blog Oficial do Jornal da Tribuna da Imprensa. Matéria pode ser republicada com citação do autor.
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*Fonte: Blog Oficial do Jornal da Tribuna da Imprensa. Matéria pode ser republicada com citação do autor.