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(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 27 de junho de 2019

Walmart paga R$1,080 bilhão por corrupção em Brasília e em mais três países

Quinta, 27 de junho de 2019
Do Blog Brasília, por Chico Sant'Anna


Mulher de codinome feiticeira fazia as intermediações das propinas com autoridades e fiscais do governo. Primeiro pagamento, segundo investigações dos Estados Unidos, teria ocorrido em 2009, na gestão de José Roberto Arruda

Por Chico Sant’Anna
O Walmart Brasil fez um acordo com organismos governamentais dos Estados Unidos, pelo qual pagará US$ 282 milhões, cerca R$ 1,080 bilhão, pela cotação de 25 de junho; para trancar um processo que apura práticas de corrupção fora daquele país. As atividades investigadas focaram México, China e Índia. Esse acordo trata diretamente, dentre outras unidades, das instalações do supermercado em Brasília. Do montante total, caberá a WMT Brasília o pagamento de uma parcela de U$ 724.898,00 (equivalentes a R$ 2,776 milhões).

Em 2012, o Departamento de Justiça (equivalente ao ministério da Justiça no Brasil), a receita federal estadunidense e o Federal Bureau of Investigation – FBI abriram investigações contra as iniciativas do grupo varejista no exterior. A suspeita era de que, dentre outras irregularidades mundo a fora, o grupo teria pago 500 mil dólares em propinas para se instalar na Capital Federal. O período foco da investigação, 2009 a 2012, corresponde ao final do governo de José Roberto Arruda, ao governo de transição de Rogério Rosso e ao governo de Agnelo Queiroz. As informações tornadas públicas à época não detalharam se as irregularidades ocorreram apenas na gestão de Arruda ou se prolongaram nos demais governos. O Walmart sempre negou, mas agora preferiu fazer um acordo, semelhante aos acordos de leniência firmado por empreiteiras no âmbito da Lava-Jato.