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(Millôr Fernandes)

terça-feira, 27 de abril de 2021

Saúde: rombo no Iges-DF chega a R$ 250 milhões

Terça, 27 de abril de 2021

Do Blog Brasília, por Chico Sant'Anna

São sombrias as condições financeiras do Iges-DF que vai requerer maior repasse de verbas do GDF. Foto de Davidyson Damasceno/Ascom Iges-DF


Quando concebida, a iniciativa do Iges-DF era apresentada como revolução da gestão pública. O novo modelo resolveria mais rapidamente os problemas, pois flexibilizaria a contratação de profissionais e a compra de material. Hoje, o que se vê é um rombo de um quarto de bilhão, que vai recair sobre o contribuinte. Um pedido de CPI para apurar os gastos do Iges-DF já foi protocolado na mesa da CLDF


Por Chico Sant’Anna

Criado sob o manto da eficiência na gestão de recursos públicos, o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF), responsável pela administração dos hospitais de Base e de Santa Maria, além de um conjunto de seis UPAs, apresenta hoje um rombo de R$ 250 milhões em suas contas, além de ter antigos gestores sob a mira de investigações criminais. Os dados são do próprio GDF que, na administração de Ibaneis Rocha, ampliou a ação do Iges-DF. Antes ele só cuidava do Hospital de Base. Para o secretário de Economia do DF, André Clemente, que falou à Comissão Especial da Covid-19 no DF, grupo criado pela bancada distrital no Congresso Nacional, esse rombo não foi por falta de repasses de recursos provenientes do GDF, mas sim por descontrole administrativo.

Quando de sua criação, ainda no governo de Rodrigo Rollemberg, a iniciativa era apresentada como revolução da gestão pública. Para os opositores da ideia, contudo, era uma forma disfarçada de privatizar os recursos públicos para a Saúde – já que o Instituto poderia terceirizar todos as atividades internas, desde a lavanderia, a tomografia, exames de sangue, e até mesmo serviços médicos, como anestesiologia – e não seria a solução para atender a demanda de Saúde por parte da população. Para esses, somente um programa de assistência básica de saúde, tipo foi, na década de 1990, o Saúde em Casa, poderia reduzir a pressão nos hospitais, pois estaria promovendo a saúde das pessoas preventivamente.