Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sexta-feira, 23 de abril de 2021

Vende-se um Rolls-Royce por uma pechincha. Não compre gato por lebre; postagem complementada às 18h55

Sexta, 23 de abril de 2021

Rolls-Royce Sweptail

Olá pessoal!

Tem uma pessoa que conheci na campanha de 2018 e está querendo vender um automóvel Rolls-Royce Sweptail. Alguém interessado em comprar? 

Eu não conheço bem o vendedor, é verdade, mas quem sabe, é um cara de boas intenções?

Essa pessoa já expôs —não o carro, mas as características do veículo— nos quatro cantos de Brasília. Lembro que os quatro cantos de Brasília significam, legalmente, os quatro cantos do Distrito Federal. Ele demonstrou, melhor, tenta demonstrar, que o seu Rolls-Royce Sweptail é um legítimo Rolls-Royce Sweptail. Essa demonstração de que o seu veículo não é nenhum fusquinha ou algum “Gordini Teimoso” (carrinho popular lançado há décadas no Brasil). 

Ele faz um esforço tremendo de divulgação. Press Releases, boletins, propaganda em veículos de comunicação, em blogues. E usa também, até em excesso, “assessores” que povoam os grupos de WatsApp em Brasília. Quando vai em algum lugar, não perde a oportunidade para vender seu peixe. Ops! Seu carrão, seu produto perfeito.

Vou colocar adiante rapidamente como é que ele “vende” a imagem do seu produto, isto é, o seu possante e luxuoso Rolls-Royce Sweptail.

— Segundo ele, é um genuíno veículo da marca famosa;

— Suas rodas e pneus são iguais aos que os autênticos Rolls-Royce Sweptail usam;

— Tanto a frente, quanto o fundo do veículo, dá para ver, são iguaizinhos aos do Rolls-Royce Sweptail;

— Os frisos nas portas ainda estão em estado perfeito;

— Os estofados internos é tão confortável, ou quase isso, quanto os originais;

— Os retrovisores internos e externos ainda são controlados por botões que se encontram no interior do Rolls-Royce.

— O tubo de descarga continua emitindo o que deve se emitido, inclusive o ronco é igualzinho ao de um Rolls-Royce Sweptail novo;

— Os espelhos internos continuam em perfeito estado;

— O Rolls-Royce continua andando, rodando;

— Adiante uma informação que só agora a pessoa que está oferecendo o veículo expõe. Mas é coisa sem maior importância, detalhezinho secundário, afinal se você quiser possuir um Rolls-Royce Sweptail, você está interessado é na marca famosa e cara.

E qual é este detalhe que só agora está sendo divulgado? É que há uma pequena diferença do motor deste Rolls-Royce para um motor original completo. O motor —não vá desistir do negócio, viu? Não desista da compra, pois é só um detalhezinho superficial— do Rolls-Royce Sweptail do cara é o motor de um fusquinha 1.300, ano 1975. Mas o motor está bom. Dá para você sair por aí arrastando a perfeita lataria do seu Rolls-Royce. A lataria do carro está “só o ouro”, como diz a gíria muito usado por marreteiros que vendem carros por aí. O motor é que...sabe como é que é, né?

Topam? Alguém aí topa pagar por esse Rolls-Royce?

Se topam, o vendedor pode ser encontrado em algum endereço ou banco da Praça do Buriti, Plano Piloto de Brasília.

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O texto a seguir foi incluído nesta postagem às 18h55 desta sexta, dia 22 de abril.


Ficou sem saber bem do que se trata este textinho aí? Ficou? Então veja o vídeo do DFTV 1 [https://globoplay.globo.com/v/9459889/] desta sexta (23/4), que vai entender rapidinho. O governo do DF prometeu 300 leitos de UTIs que, pela complexidade e resolutividade no tratamento de pacientes graves de Covid-19, poderiam ser comparado a um Rolls Royce se tivéssemos tratando de automóveis de alta complexidade. Esses 300 leitos de UTIS (que só agora se descobriu que não são de UTIs seriam, seriam divididos por 3 hospitais de campanha que ainda estão sendo montados. Poderiam, os 300 leitos de UTIs, serem comparados à eficiência, eficácia, efetividade de um Rolls Royce, isso se a questão fosse automóveis. Pois bem, o GDF prometeu 300 leitos de UTIs (aqui chamei de Rolls Royce). Mas o que serão entregues? 

Trezentas unidades de Rolls Royce, mas com motor de fusquinha 1.300, modelo 1975. Explicando, serão entregues leitos mais simples que de UTIs. E o preço? Pelas explicações confusas do governo do DF, será de Rolls Royce, ops! De UTIs (Unidade de Tratamento Intensivo, e não de UCI (Unidade de Cuidados Intensivos). Um bem diferente do outro. 

Entendeu? Viu como é que se vende gato por lebre. Ou fusquinha por Rolls Royce? 

Veja o vídeo do DFTV1 desta sexta (23 de abril). Clique no link: