Segunda, 7 de maio de 2012
Da Agência Brasil
Debora Zampier e Luciana Lima, repórteres
Repórteres da Agência Brasil
A Procuradoria Geral da República (PGR) manifestou-se
contrária ao relaxamento da prisão preventiva do empresário goiano
Carlos Augusto Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira. Ele está preso
desde fevereiro suspeito de tráfico de influência e de comandar uma
rede de jogos ilegais. O parecer foi enviado ao Superior Tribunal de
Justiça (STJ) pelo subprocurador-geral da República, Paulo da Rocha
Campos.
Entre os crimes atribuídos ao empresário goiano estão formação de
quadrilha, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, contrabando,
corrupção ativa e passiva, peculato, prevaricação e violação de sigilo.
O parecer refere-se ao pedido de habeas corpus impetrado pelo
advogado de Cachoeira, Márcio Thomaz Bastos, e será analisado pelo
ministro Gilson Dipp. O caso chegou ao STJ porque o Tribunal Regional
Federal da 1ª Região (TRF-1), com sede em Brasília, negou liminar para
libertar Cachoeira. Não há prazo para o julgamento.
Caso o STJ acate o parecer do Ministério Público ou não julgue o pedido
nesta semana, Cachoeira deverá comparecer no dia 15, ainda na condição
de preso à comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) que investiga o
envolvimento de políticos e autoridades públicas com o empresário.
No parecer, o subprocurador-geral da República sustenta que Cachoeira
deve permanecer preso pela influência "econômia e política" que exerce
sobre a organização criminosa investigada pela Polícia Federal. E
defende a volta de Cachoeira a um presídio federal de segurança máxima
"como forma de neutralizar ou, ao menos, enfraquecer seu poder de
articulação e penetração que, sabidamente, exerce na sociedade".
"Importante salientar ainda a grande influência política e econômica,
perante a sociedade e a própria estrutura estatal, exercida pelo acusado
que – encontrando-se no ápice de moderna, articulada, antiga e extensa
organização criminosa, fortemente armada pelo concurso de vários agentes
dos setores da segurança pública, inclusive do alto escalão – detém uma
incrível e grandiosa capacidade de cooptação, além de extremo poderio
econômico, utilizado unicamente com a finalidade de manter, a todo
custo, as atividades espúrias, por meio de uma vasta rede de corrupção
armada, ora para assegurar a impunidade de contravenções e crimes, ora
para impedir perdas patrimoniais nos negócios explorados", destacou
Campos, no parecer.