Segunda, 3 de outubro de 2011
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Além de sangrar bilhões de reais
(fala-se em até R$86 bilhões) que deveriam melhorar a saúde, a educação, a
segurança e tantas outras áreas, a realização da Copa do Mundo de 2014 no
Brasil ainda provoca outro mal danado. É a submissão, a subordinação, do
governo brasileiro, e do Estado, às vontades dos suspeitos dirigentes da Fifa.
A submissão inclusive de nossas leis às descabidas exigências da entidade que
tanto é alvo de denúncias de corrupção.
A presidente Dilma sai do Brasil
e vai se reunir, acompanhada por vários ministros, com o secretário-geral da
Fifa, Jerome Valcke, em Bruxelas, Bélgica, onde se dispôs nesta segunda (3/10), submissamente, quanto
a tal Lei Geral da Copa, a “aperfeiçoar a redação para ficar mais clara”.
Segundo o ministro das tapiocas
pagas com cartão corporativo, Orlando Silva, “nosso governo e a Fifa estão no
mesmo barco”. Mas este barco milionário não é os dos milhões de brasileiros que
necessitam, mas não conseguem, atendimento pelo menos razoável no Sistema Único
de Saúde, nas escolas públicas, nos transportes públicos. Não é o barco que o
brasileiro gostaria de navegar por mares calmos no que toca à segurança.
Não cora o ministro dos Esportes,
Orlando Silva, quando diz que em relação à concessão de meia-entrada a
estudantes, coisa que os senhores da Fifa não aceitam, o problema será tratado
diretamente com as unidades da Federação. E note-se que o ministro é do PC do
B, o partido que sempre lutou (ou lutava?) pelo direito à meia-entrada.
Por que não deixar logo o governo
do país e dos Estados, no período da copa, por conta de Blatter, Havelanges, Ricardos
Teixeiras e tantos outros? Reconhecer o que está acontecendo: a total
subordinação das ações do Estado aos caprichos e interesses (mais financeiros
do que outros) dos dirigentes do futebol mundial.
Bola murcha para a altivez do
Estado brasileiro e de seus governantes.