Terça, 11 de outubro de 2011
O Estado de S.Paulo
Responsável pela preservação da ordem, do patrimônio e
da segurança de deputados e funcionários nas dependências do Congresso, a
Polícia Legislativa da Câmara, que conta com 500 agentes, está sendo
acusada de ter exorbitado de suas prerrogativas. Com a leniência do
presidente da Casa, deputado Marco Maia (PT-RS), teria cometido crime de
abuso de autoridade, agindo como milícia privada a serviço do deputado
Roberto Policarpo (PT-DF), que há cinco meses foi procurado por três
cabos eleitorais para cobrar dívidas e promessas da campanha eleitoral
de 2010. O caso, que foi divulgado pela revista Veja, foi levado à
Polícia Federal e os três cabos eleitorais - todos filiados ao PT - se
transformaram em testemunhas de um inquérito criminal que pode custar o
mandato de Policarpo.
A acusação é tão grave que levou a liderança do PPS a apresentar uma representação ao Corregedor da Câmara, deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), com o objetivo de apurar o envolvimento de Maia e de Policarpo (DF) num suposto crime de chantagem. As três testemunhas - o vigilante Paulo Batista dos Santos, o lavador de carros Edmilson Almeida Lopes e o sem-terra Francisco Manoel do Carmo - alegam ter negociado com Policarpo os votos de 39 eleitores arregimentados em acampamentos rurais na periferia de Brasília e alugado um ônibus para transportá-los até suas seções eleitorais, no dia da eleição, o que é expressamente proibido por lei. O valor do "negócio" teria sido acertado em R$ 4 mil mais a promessa de alguns empregos, mas o ônibus foi interceptado pela polícia.