Segunda, 21 de novembro de 201
Carlos Newton
O período a ser quebrado é de janeiro de2005 adezembro de 2010. O STJ determinou ainda que o COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeira) informe se os investigados tiveram alguma movimentação suspeita nos últimos anos.
Segundo o advogado de Orlando Silva, Antônio Carlos de Almeida Castro, a decisão é “açodada”. “Mas se é para investigar, que o faça de forma cabal, porque provará a inocência. Portanto, a quebra de sigilo é positiva.”
A decisão do Superior Tribunal de Justiça, que determinou sexta-feira
a quebra dos sigilos fiscal e bancário do governador do Distrito
Federal, Agnelo Queiroz (PT), e do ex-ministro do Esporte Orlando Silva,
é uma exceção que precisa se tornar regra. Mas também pode não adiantar
nada.
A ordem partiu de pedido do procurador-geral da República, Roberto
Gurgel, no inquérito que investiga desvios de dinheiro no Ministério do
Esporte por meio de ONGs, desde quando Agnelo Queiroz era ministro e
Orlando Silva o secretário-geral.
No pedido, a Procuradoria afirma que a quebra dos sigilos é uma
forma de “averiguar a compatibilidade de seus patrimônios com a renda
por eles declarada e eventuais coincidências entre movimentações
financeiras de suas contas e as operações bancárias realizadas pelas
pessoas físicas e jurídicas investigadas à época dos fatos”.
O período a ser quebrado é de janeiro de2005 adezembro de 2010. O STJ determinou ainda que o COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeira) informe se os investigados tiveram alguma movimentação suspeita nos últimos anos.
Além de uma devassa na vida financeira dos dois, a Procuradoria irá
convocar Orlando e Agnelo a se explicarem sobre as irregularidades no
Ministério do Esporte.
O advogado de Agnelo Queiroz, Luís Carlos Alcoforado, disse à Folha
que não apresentará recurso contra o pedido da PGR. “Pode quebrar, sem
problema. Não vamos fazer nenhum recurso porque quem não deve não teme. O
que ele quer que o processo seja abreviado, para provar a sua inocência
à sociedade”, disse o advogado.
Segundo o advogado de Orlando Silva, Antônio Carlos de Almeida Castro, a decisão é “açodada”. “Mas se é para investigar, que o faça de forma cabal, porque provará a inocência. Portanto, a quebra de sigilo é positiva.”
Como se sabe Orlando Silva comprou uma propriedade em São Paulo
usando dinheiro vivo. Por isso, seu sigilo pode não revelar nada. Quanto
a Agnelo, também guardava dinheiro vivo em casa, como alega ter
ocorrido no “empréstimo” feito a um lobista, na época em que era
diretor da Anvisa.
Guardar dinheiro vivo em casa parece ser moda entre os políticos.
Aqui no Rio, o médico Sergio Côrtes, secretário estadual de Saúde, ficou
rico como funcionário público e hoje mora numa cobertura na Lagoa que
comprou em dinheiro vivo. Você sabia?
Fonte: site da Tribuna da Imprensa