Sexta, 25 de novembro de 2011
Da CLDF
Um vídeo que está circulando pela internet e que foi
publicado em um site de notícias [veja aqui a reportagem do site de notícias] com o coronel da Polícia
Militar Rogério Leão explicando os procedimentos de varredura de grampos
virou tema de debate entre os deputados distritais na sessão ordinária
desta quinta-feira (24). A deputada Eliana Pedrosa (PSD) cobrou
explicações do coronel sobre os procedimentos de varredura.
Já o deputado Chico Vigilante (PT) disse que o vídeo retrata
apenas um procedimento normal da Casa Militar do GDF. "É normal que a
Casa Militar faça varredura nos locais onde o governador fica. Não há
clandestinidade", argumentou Vigilante, que aproveitou para sugerir uma
varredura em todos os gabinetes da Câmara Legislativa.
Monitoramento - Em resposta ao pedido de Vigilante, o
presidente da Casa, Patrício (PT), informou aos distritais que não é
preciso fazer nenhuma varredura nos gabinetes e demais dependências
da CLDF. "Temos monitoramento da polícia legislativa 24h nos sete dias
da semana. Não há chances de ter grampos aqui", ressaltou Patrício, ao
pregar ainda que os deputados "não devem trazer questões do Executivo
para o Legislativo". Ele afirmou ainda que supostos grampos no Buriti
devem ser investigados pela Polícia Civil ou pelo gabinete militar do
governo.
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Comentário do Gama Livre:
Essa história dos grampos, ao
contrário do que entende o presidente da CLDF, Patrício, não é uma questão do
Executivo, mas de todo o Distrito Federal, em especial dos deputados
distritais, a quem é imposta uma função constitucional. A de fiscalizar o
Executivo.
Ora, se alguém, ou algum grupo,
coloca grampos para ouvir apenas fofocas políticas dentro de gabinetes de um
governador, isso seria, aparentemente, só um problema do chefe do Executivo.
Mas se o grampo é para conhecer grandes decisões administrativas que precedem
os processos licitatórios, compras, contratos e coisas assim, claro que é do
interesse do Estado, por conseguinte também do Poder Legislativo e dos
deputados distritais.
Como não dá para acreditar que
alguém se preocupe em grampear um governador pelo simples interesses de
divulgar notinhas de fofocas sociais, é de se supor que, caso tenha ocorrido os
tais grampos nos gabinetes de Agnelo, isso é um problema muito sério.
Deve ser apurado pelo Executivo, pelo Legislativo, e quem sabe até mesmo pelo
Ministério Público do DF, a quem cabe fiscalizar a aplicação da lei para evitar
“jogadas” sujas com o interesse público.
Parece que mais uma vez a CLDF
abrirá mão de suas prerrogativas constitucionais para não desagradar o
governador. O de plantão, como sempre ocorreu na vida da CLDF, exceção
apenas no final do governo Arruda.
Quanto a afirmativa do deputado Patrício de que na CLDF "Temos monitoramento da polícia legislativa 24h nos sete dias
da semana. Não há chances de ter grampos aqui", não merece todo o crédito. A Nasa, a Cia, a Otan e tantas outras organizações mais seguras do que a CLDF já foram vítimas de escutas clandestinas.Então...