Quarta, 23 de novembro de 2011
Deu em "O Estado de São Paulo"
Com autorização, Caixa teria depositado a última parcela do pagamento do negócio, no valor de R$ 232 milhões
David Friedlander, Fausto Macedo e Leandro Modé
O Banco Central (BC) já tinha indícios de irregularidades no
Panamericano quando aprovou a venda de parte do banco para a Caixa
Econômica Federal, em julho de 2010. Com a autorização, a Caixa pôde
depositar a segunda e última parcela do pagamento do negócio, no valor
de R$ 232 milhões, segundo depoimento do vice-presidente de Finanças do
banco, Márcio Percival, à Polícia Federal. O BC diz que a autorização
final só foi dada em novembro daquele ano.
Documentos internos do BC anexados aos processos que apuram as
fraudes de R$ 4,3 bilhões no então banco de Silvio Santos mostram que os
técnicos da instituição começaram a desconfiar do Panamericano em maio.
Em julho, os inspetores investigavam uma diferença de R$ 3,9 bilhões na
contabilização de carteiras de crédito cedidas para outras instituições
financeiras. Foi justamente nesse tipo de operação que se concentraram
as fraudes que quebraram o banco.