Quinta, 24 de novembro de 2011
Da Tribuna da Imprensa 
Carlos Newton
Carlos Newton
O deputado Paulo Ramos foi notificado esta semana pela Comissão de 
Ética por criticar, em discursos na Assembleia do Rio, membros do 
próprio partido, incluindo o ministro do Trabalho, Carlos Lupi. A briga 
entre eles começou em 2008, quando o deputado montou uma chapa para 
disputar o comando do diretório estadual, mas Lupi conseguiu impugnar a 
candidatura e declarou vencedor o único grupo que concorreu.
“A Justiça anulou a eleição, mas não adiantou nada. Ao invés de 
convocar nova eleição, Lupi montou uma comissão provisória. Olha que 
cara de pau, a comissão é composta pelos mesmos membros da chapa que 
teve a eleição anulada” – disse o deputado, à repórter Juliana Castro, 
de O Globo, garantindo que as escolhas para a tal comissão foram 
influenciadas por Lupi.
“No Brasil, são nove diretórios do PDT. O restante é comissão 
provisória, que o Lupi institui ou destitui de acordo com a vontade 
dele. Por isso, se diz que ele tem o controle do partido. Para ter 
controle no estado, eles (a comissão provisória) viram capachos do 
Lupi”, explicou o deputado, que subiu à tribuna da Assembléia e atacou 
Lupi duramente, denunciando o envolvimento do ministro com o que há de 
pior no PDT.
A representação foi apresentada pelo comitê provisório da sigla no 
Rio em 6 de outubro, antes do escândalo no Trabalho, mas a notificação 
foi assinada somente em 9 de novembro, depois que denúncias envolvendo o
 nome de Lupi estouraram na imprensa. A pena pode ser desde uma 
advertência até a expulsão do partido.
Paulo Ramos, que já chamou o PDT de legenda de aluguel e balcão de 
negócios, diz ter certeza de que a representação tem o dedo de Lupi: 
“Com certeza é uma represália porque eu entendo que a presença do Lupi 
no Ministério do Trabalho é algo que prejudica muito a imagem do 
partido”, comentou.
O deputado tem dez dias, a contar da data de notificação, para 
apresentar sua defesa e já optou por fazê-la oralmente, com a presença 
dos membros do comitê. Se for aplicada alguma pena, Ramos promete 
recorrer até mesmo à Executiva Nacional.
Veja aqui o discurso-resposta de Paulo Ramos à comissão provisória:
 
 
 
