Sexta, 13 de abril de 2012
Da IstoÉ, edição 2214O ex-agente do serviço secreto da Aeronáutica está por trás dos mais recentes escândalos da República. Saiba quem o contratou, quais são seus operadores na polícia e no Ministério Público e como funciona o esquema do araponga
Claudio Dantas Sequeira
Em meio aos efeitos devastadores da Operação Monte Carlo, que prendeu o
bicheiro Carlinhos Cachoeira, arrastou para a lama o senador Demóstenes
Torres e lança suspeita sobre dois governos estaduais e a empreiteira
Delta, líder em contratos públicos, um personagem saiu da sombra: o
espião Idalberto Matias de Araújo. Conhecido como Dadá, ele tem 51 anos,
é ex-sargento da Aeronáutica e está preso em uma unidade militar do
Distrito Federal. Dadá é apontado pela Polícia Federal como o principal
articulador de uma ampla rede de gravações clandestinas que vem
assombrando Brasília há pelo menos uma década. Documentos e gravações
telefônicas já analisados por delegados que estão à frente da Operação
Monte Carlo indicam que as ações de Dadá extrapolam em muito os limites
do esquema montado por Cachoeira e não têm coloração partidária ou
ideológica. ISTOÉ obteve, com exclusividade, documentos sigilosos sobre o
araponga e conversou com amigos dele, ex-colegas de farda e do submundo
da espionagem. Em seu histórico de serviços oficiais prestados ao
Estado durante três décadas, Dadá acumulou prestígio invejável dentro da
comunidade de informações e fez amigos, muitos amigos, entre políticos,
empresários, policiais, promotores e procuradores. Quando deixou de
trabalhar para o Estado, Dadá se valeu dos antigos relacionamentos para
fins particulares e se tornou o araponga que mais atemoriza os poderosos
de plantão. De acordo com a Polícia Federal, Dadá montou o maior
esquema de espionagem da história recente do País. Trabalhando na
sombra, ele serviu e ajudou a derrubar políticos influentes, como o
ex-ministro José Dirceu, por exemplo. Teve participação ativa na
gravação que revelou um esquema de corrupção e loteamento político nos
Correios que levou ao escândalo do Mensalão e influiu na celebração de
contratos públicos em diversos setores. Leia a íntegra na revista IstoÉ