Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara pede explicações ao Exército e ao governo do DF sobre apologia à violência policial

Terça, 13 de julho de 2012
O deputado Chico Alencar (RJ), líder do Psol na Câmara dos Deputados, protocolou ontem (12/7) requerimento cobrando explicações sobre o “canto”, em 11/7, de apologia à violência de soldados da Polícia do Exército pelas ruas do Rio de Janeiro.

Sob o título “O que é isso!”, a coluna Panorama Político, do jornal O Globo, publicou ontem a seguinte nota:

“Soldados do quartel do 1º Batalhão da Polícia do Exército, onde funcionava o DOI-Codi na ditadura militar, corriam ontem pela manhã na Rua Barão de Mesquita, no Rio, cantando: ‘Bate, espanca, quebra os ossos. Bate até morrer’. O instrutor então perguntava: ‘E a Cabeça?’ Os soldados respondiam: ‘Arranca a cabeça e joga no mar’. No final o instrutor perguntava: ‘E quem faz isso?’ E os soldados respondiam: ‘É o Esquadrão Caveira!”

O deputado Chico Alencar justificou seu requerimento em razão de considerar que o “canto” é uma “clara indução à violência e ofensa aos princípios universais dos direitos humanos”

Leia a seguir nota do líder do Psol.

“Os abomináveis cantos de guerra e tortura que os soldados da Polícia do Exército no RJ são estimulados a gritar provocaram iniciativas da Comissão de Direitos Humanos da CD, presidida pelo deputado Domingos Dutra, e deste deputado:

1) Ofício ao Ministro da Defesa para que DETERMINE o fim imediato da entoação destes brados em toda e qualquer unidade das Forças Armadas, por clara indução à violência e ofensa aos princípios universais dos direitos humanos, com os quais o Brasil está comprometido;

2) Requerimento de Informações sobre a ciência que o Ministério tem do fato, quais são as autoridades diretamente responsáveis pelo treinamento, se isso é usual nas práticas militares e desde quando;

3) Nota de Repúdio de membros da Comissão de Direitos Humanos;

4) Encaminhamento da denúncia, como resquício da ditadura e da tortura, à Comissão Nacional da Verdade;

5) Proposta de Audiência Pública na CDH para debater 'Educação Militar e Direitos Humanos'.”
 Chico Alencar

Líder do PSOL e membro da Comissão de Direitos Humanos e Minorias.
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Leia também:
NOTA DE REPÚDIO DA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS E MINORIAS

A Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados, face às denúncias sobre cânticos de estímulo à violência e à brutalidade em treinamentos de soldados de nossas Forças Armadas e de Segurança Pública, divulgadas pelos jornais O Globo e Correio Braziliense, manifesta seu mais veemente repúdio a esses procedimentos, reiterando que seu conteúdo confronta princípios da nossa Constituição e dos acordos internacionais de Direitos Humanos dos quais o Brasil é signatário.

A CDHM requer explicações do Ministério da Defesa e do governo do Distrito Federal, e a adoção das providências cabíveis para proibir, de vez, tais ‘costumes’ de apologia à barbárie. Eles revelam a existência de setores saudosistas da Ditadura Militar.

Brasília, DF, 12 de julho de 2012.

Deputado DOMINGOS DUTRA
Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias