Quinta, 8 de janeiro de 2015
Da Agência Lusa
Edição: Graça Adjuto
O colunista do jornal Charlie Hebdo
Patrick Pelloux disse hoje (8) que o jornal será publicado na próxima
semana, mesmo após o ataque terrorista de ontem (7) que matou oito dos
seus jornalistas e cartunistas.
“Vamos continuar, decidimos sair
na próxima semana. Estamos todos de acordo”, disse Pelloux, ao adiantar
que a equipe do jornal deve se reunir em breve.
Pelloux,
que também é médico de emergência, disse que os escritórios do jornal
satírico não estão acessíveis por causa da investigação policial. Ele
assegurou que a equipe trabalhará em casa. "Vamos nos arranjar”,
acrescentou.
“É muito duro, estamos todos com a nossa dor, os
nossos medos, mas vamos fazê-lo porque não é a estupidez que vai ganhar.
Charb [diretor da publicação, morto no atentado] dizia sempre que o
jornal deveria sair custasse o que custasse”, disse o colunista.
Doze
pessoas – entre as quais cinco dos principais caricaturistas do
semanário (Charb, Wolinski, Cabu, Tignous e Honoré) e o economista
Bernard Maris, foram mortas no ataque aos escritórios do jornal, no
centro de Paris.
O atentado, o mais violento dos últimos 50 anos
na França, provocou comoção e solidariedade, principalmente entre os
veículos de comunicação que já propuseram ajudar o Charlie Hebdo.
Em
2011, quando os escritórios do jornal foram incendiados,
presumivelmente em represália pela publicação de caricaturas do profeta
Maomé, o diário Libération acolheu a redação do Charlie Hebdo. Afetado pelo ataque, o Charlie Hebdo
já estava ameaçado de falência. Deficitário, vende em média cerca de 30
mil exemplares e lançou recentemente um apelo por doações para que não
encerrasse os trabalhos.