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Sexta,
20 de fevereiro de 2015
Ivan
Richard - Repórter da Agência Brasil
O Ministério Público
Federal (MPF) ajuizou hoje (20) cinco ações de improbidade administrativa
cobrando a devolução aos cofres públicos de R$ 4,47 bilhões das empreiteiras
Camargo Corrêa, Sanko, Mendes Júnior, OAS, Galvão Engenharia e Engevix e dos
executivos dessas empresas.
A motivação da
devolução são desvios de recursos de contratos surperfaturados da Petrobras
investigados pela operação Lava Jato. A ação foi ajuizada na Justiça Federal do
Paraná.
O valor, que poderá
ser ainda maior por causa do acréscimo de juros e correção monetária retroativa
à data dos atos ilícitos, é relativo a R$ 319 milhões de ressarcimento ao
erário pelos desvios na Petrobras, R$ 959 milhões como pagamento de multa civil
e R$ 3,19 bilhões como indenização por danos morais coletivos.
Nas ações, o MPF
propõe ainda que as empresas fiquem proibidas de firmar contratos com o Poder
Público e de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios. A
procuradoria também pede que as penalidades sejam estendidas às empresas
ligadas ao mesmo grupo econômico ou que atuem em parceria no mesmo ramo de
atividade das empreiteiras. De acordo com o MPF, uma das principais diferenças
entre as ações penais e de improbidade é que, nas de improbidade, as empresas
podem ser punidas.
Para o coordenador
da Força-Tarefa Lava Jato do MPF, procurador da República Deltan Dallagnol, a
punição aplicada às empresas e aos executivos investigados pela Lava Jato deve
ser “exemplar” para que a corrupção deixe de ser vista como caminho mais
vantajoso.
“A corrupção pode
ser vista como decisão embasada em custos e benefícios. Empresas corrompem
porque os benefícios são maiores que os custos. Devemos inverter a
fórmula", defendeu Dallagnol, em nota divulgada pelo Ministério Público.
Nas ações ajuizadas
hoje, o MPF propõe que a OAS devolva aos cofres públicos R$ 988.7 milhões; a
Camargo Corrêa e a Sanko, R$ 845.3 milhões; a Mendes Júnior, R$ 1 bilhão; a
Galvão Engenharia, R$ 1 bilhão; e a Engevix, R$ 538.8 milhões. Ao todo,
28 executivos entram como réus nas ações.
De acordo com MPF,
as ações de improbidade também objetivam a declaração da prática de atos de
improbidade administrativa cometida pelo ex-diretor de Abastecimento da
Petrobras Paulo Roberto Costa. Para o Ministério Público, Costa foi cooptado
pelas empreiteiras, mediante pagamentos de propina, para viabilizar as fraudes
nas contratações que lesaram a Petrobras.
Em razão do acordo
de delação premiada firmado com o MPF, o ex-diretor não foi incluído nos
pedidos de condenação. Ele se comprometeu a devolver recursos mantidos no país
e no exterior, além de arcar com indenização cível, bem como relatar todos os
ilícitos relacionados aos fatos investigados que sejam do seu conhecimento.
O coordenador da
força-tarefa lembrou que as denúncias oferecidas em dezembro de 2014
comprovaram a formação de cartel com participação das empresas Engevix
Engenharia, OAS, Odebrecht, UTC, Camargo Correa, Techint, Andrade Gutierrez,
Mendes Júnior, Promon, MPE, Skanska, Queiroz Galvão, Iesa, Galvão, GDK e Setal
para fraudar licitações das maiores obras contratadas pela Petrobras entre 2004
e 2014, elevando o lucro dessas empresas em “centenas de milhões de reais”.
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