Quarta, 18 de fevereiro de 2015
Do Sinpro-DF
Os(as) professores(as) retomam suas atividades
pedagógicas nesta quinta-feira (19) sem receber o abono de férias e com
um calendário escolar imposto pelo novo Governo do Distrito Federal
(GDF) que traz uma série de prejuízos para a comunidade escolar. O ano
letivo começa na segunda-feira (23/2) com paralisação da categoria e uma
assembleia às 10h na Praça do Buriti.
O GDF justificou a alteração arbitrária no calendário com o argumento
de fazer reformas nas escolas. O secretário de Educação, Júlio
Gregório, anunciou na imprensa que se tratava de obras invisíveis. O
fato é que os(as) professores(as), os(as) estudantes e toda a comunidade
escolar começam o ano com um calendário ruim porque, dentre outros
motivos, encerra o ano letivo depois do Natal de 2015, no dia 29 de
dezembro, e reduz o período de recesso do meio do ano, época de seca em
Brasília.
A reivindicação para o recesso do meio do ano ser maior vem de muitas
décadas atrás. No fim da década de 1970, estudantes e suas famílias,
bem como os(as) professores(as) das redes pública e privada,
reivindicavam o aumento desse recesso por causa das intensas secas da
região. Várias vezes o GDF e escolas privadas tiveram de suspender aulas
no meio do ano por causa da estiagem e da intensa falta de umidade no
ar.
O calendário escolar da rede pública do Distrito Federal jogado no
lixo pelo novo governo, e que desde 2007 tem sido democraticamente
construído com a comunidade escolar, sempre levou em consideração o
período suficiente para o governo realizar obras visíveis e invisíveis
nos prédios das 657 escolas públicas, bem como todos os outros ajustes
infraestruturais e pedagógicos que favoreciam a escola, a categoria, o
governo e a população usuária do serviço público de educação. Dava conta
também de todas as reivindicações históricas da população brasiliense,
como essa do período de recesso durante a seca do meio do ano.
Afinal de contas, era um calendário democrático, elaborado para
atender às necessidades da comunidade escolar e para fortalecer o ensino
público, gratuito, referenciado socialmente. Todavia, esse calendário
deixou de existir por um capricho da Secretaria de Educação do Distrito
Federal (SEDF) que, para justificá-lo, alegou haver obras invisíveis a
serem feitas pelo GDF.
A categoria retorna estressada do período de descanso por causa dos
atrasos nos pagamentos. Boa parte dos(as) professores(as) teve de se
submeter a juros do sistema financeiro e pagar suas contas com dinheiro
emprestado do BRB porque os direitos trabalhistas devidos não foram
pagos. Agora, o governo impõe um calendário escolar oneroso para
professores(as), estudantes e para as famílias que têm filhos em escola
pública.
Diante dessa situação, o Sinpro-DF orienta cada professor(a) a
observar se as obras invisíveis anunciadas pelo GDF foram realizadas nas
escolas em que atuam e se elas justificam a mudança do calendário
escolar. É preciso que cada professor(a), quando chegar na escola,
identifique se a escola dele é uma dessas que motivaram a alteração de
calendário escolar.
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Comentário do Gama Livre: Uai! Se as obras são invisíveis...como poderão ser observadas? Vai ser, no mínimo, difícil.