Segunda, 31 de agosto de 2015
Deficit de vagas ultrapassa 11 mil nas redes pública e particular
A necessidade urgente de construção e entrega de mais escolas públicas na região administrativa do Paranoá foi defendida por estudantes, professores, pais de alunos e representantes de órgãos ligados à educação que participaram da audiência pública realizada na manhã desta segunda-feira (31), no auditório da Câmara Legislativa. O debate acalorado foi promovido pela Comissão de Educação, Saúde e Cultura (CESC), presidida pelo deputado distrital Reginaldo Veras (PDT).
Ao abrir a discussão de alternativas para a "demanda reprimida" por vaga nas escolas do Paranoá, Veras enfatizou a importância de o governo garantir a matrícula de todas as crianças e adolescentes daquela região. "Estive visitando várias regiões administrativas e acredito que a situação do Paranoá, tendo em vista a construção do Paranoá Parque, é das mais preocupantes", alertou o distrital, defendendo o direito de matrícula a partir de quatro anos de idade.
Wasny de Roure (PT) também considerou grave a situação da falta de escolas no Paranoá e criticou o atual governo por barrar a licitação que estava em curso e adotar o modelo de "concurso arquitetônico" para a construção de escolas, na ampliação da região do Paranoá Parque. Segundo os dados apresentados pelo parlamentar, o Paranoá tem atualmente cerca de 30 mil alunos matriculados, sendo que 7.500 estudantes estão sendo atendidos em outras cidades. Wasny calculou um déficit atual de 11 mil vagas, incluindo os alunos das escolas privadas.
O administrador do Paranoá, Marco Aurélio Salgado, também demonstrou sua preocupação com a falta de escolas para receber os novos alunos, com a construção do Paranoá Parque. Ele lamentou que um dos problemas enfrentados em Itapoã, no Paranoá, é o litígio judicial sobre a propriedade de terrenos, onde poderiam ser criadas áreas para escolas.
A subsecretária de Planejamento, Acompanhamento e Avaliação Educacional, da Secretaria de Educação, Raphaela Cantarino, reconheceu que não sabe ainda se haverá oferta de vagas para todos os alunos que solicitarem, no Paranoá. Conforme explicou, a secretaria solicitou ao governo a construção emergencial de cinco escolas.
Já o representante da Terracap, Marco Salgado, confirmou que a empresa estatal já teria feito a doação de áreas para a construção de escolas naquela região.
Em seu pronunciamento, a assessora da Codhab, Carla Castanheira, confirmou que o edital para o concurso arquitetônico de nove escolas deverá ser divulgado "nos próximos dias", mas admitiu que não há tempo suficiente para entrega no começo do ano letivo, de 2016.
Críticas – Entre alunos e professores que participaram da audiência, prevaleceram às críticas ao não-atendimento das reivindicações antigas da comunidade escolar. A diretora do Sinpro, Luciana Custódio, reclamou da "falta de compromisso" do atual governo com a educação. O representante do Grêmio Estudantil do Centro de Ensino Médio do Paranoá, João Lucas, cobrou quadras esportivas e melhoria nas instalações das escolas já existentes. "Precisamos de mais salas de aulas e estamos cansados de promessas", advertiu.
Zildenor Ferreira Dourado - Coordenadoria de Comunicação Social