Quinta, 27 de agosto de 2015
Da CLDF
Líder estudantil desapareceu após ser preso pela ditadura militar nos anos 1970
A ponte do Lago Paranoá que liga a QI 10 do Lago Sul à via L4 Sul ganhou um novo nome, de acordo com a Lei nº 5.523/2015,
publicada hoje (27) no Diário Oficial do Distrito Federal. Deixa de se
chamar ponte Costa e Silva, ex-presidente do Brasil durante o regime
militar e subscritor do Ato Institucional nº 5 (AI 5) - que cassou as
liberdades democráticas no País e deu suporte a uma série de atos de
perseguição, prisão e tortura de estudantes e trabalhadores – e recebe a
denominação de Honestino Guimarães, um dos desaparecidos após ser preso
pela ditadura. A Lei se originou de um projeto do deputado distrital
Ricardo Vale (PT), aprovado pela Câmara Legislativa e sancionado pelo
governador Rodrigo Rollemberg.
Honestino Guimarães nasceu em 28 de março de 1947 em Itaberaí, pequena cidade de Goiás. Em 1960 a família mudou-se para Brasília. Honestino estudou no Elefante Branco e no Centro Integrado de Ensino Médio (CIEM), onde já participava da política estudantil, vinculado à organização clandestina Ação Popular (AP). Em 1965, antes de completar 18 anos, foi o primeiro colocado no vestibular de toda a Universidade de Brasília (UnB).
"Querido e respeitado pelos estudantes da UnB", como diz a justificativa do Projeto de Lei, acabou preso, pela primeira vez, durante uma greve da Universidade em fevereiro de 1966. Foi preso mais quatro vezes. Na última dessas ocasiões, em agosto de 1967, mesmo detido, foi eleito presidente da Federação dos Estudantes de Brasília (Feub). Depois disso, caiu na clandestinidade, mudando-se para São Paulo e, em seguida, para o Rio de Janeiro.
No Rio, já pai de uma menina, separado da primeira mulher e com uma nova companheira, com os cabelos pintados de preto para disfarçar-se, foi eleito vice-presidente da União Nacional dos Estudantes em 1969 e, em 1971, assumiu a presidência da entidade. Apesar de participar de diversos atos contra a ditadura militar, jamais apoiou as ações armadas, "para ele iniciativas dissociadas das massas trabalhadores", observou o deputado Ricardo Valle.
A repressão nunca descobriu seu endereço no Cosme Velho, mas Honestino acabou encontrado pelos agentes da ditadura, provavelmente delatado por um companheiro, conforme relatório da Comissão Nacional da Verdade. Segundo o relatório, o estudante foi preso pela quinta vez em 10 de outubro de 1973. Sem descobrir onde se encontrava, familiares se dirigiram aos órgãos policiais militares e apresentaram denúncias às autoridades. Nunca mais, porém, Honestino Guimarães foi encontrado.
Ao
anunciar a sanção da Lei de sua iniciativa durante a sessão ordinária da
Câmara de hoje, Ricardo Valle disse que sua entrada em vigor "tem um
simbolismo muito grande no momento atual, quando setores conservadores
da sociedade pedem a volta da ditadura militar".
Honestino Guimarães nasceu em 28 de março de 1947 em Itaberaí, pequena cidade de Goiás. Em 1960 a família mudou-se para Brasília. Honestino estudou no Elefante Branco e no Centro Integrado de Ensino Médio (CIEM), onde já participava da política estudantil, vinculado à organização clandestina Ação Popular (AP). Em 1965, antes de completar 18 anos, foi o primeiro colocado no vestibular de toda a Universidade de Brasília (UnB).
"Querido e respeitado pelos estudantes da UnB", como diz a justificativa do Projeto de Lei, acabou preso, pela primeira vez, durante uma greve da Universidade em fevereiro de 1966. Foi preso mais quatro vezes. Na última dessas ocasiões, em agosto de 1967, mesmo detido, foi eleito presidente da Federação dos Estudantes de Brasília (Feub). Depois disso, caiu na clandestinidade, mudando-se para São Paulo e, em seguida, para o Rio de Janeiro.
No Rio, já pai de uma menina, separado da primeira mulher e com uma nova companheira, com os cabelos pintados de preto para disfarçar-se, foi eleito vice-presidente da União Nacional dos Estudantes em 1969 e, em 1971, assumiu a presidência da entidade. Apesar de participar de diversos atos contra a ditadura militar, jamais apoiou as ações armadas, "para ele iniciativas dissociadas das massas trabalhadores", observou o deputado Ricardo Valle.
A repressão nunca descobriu seu endereço no Cosme Velho, mas Honestino acabou encontrado pelos agentes da ditadura, provavelmente delatado por um companheiro, conforme relatório da Comissão Nacional da Verdade. Segundo o relatório, o estudante foi preso pela quinta vez em 10 de outubro de 1973. Sem descobrir onde se encontrava, familiares se dirigiram aos órgãos policiais militares e apresentaram denúncias às autoridades. Nunca mais, porém, Honestino Guimarães foi encontrado.
Fonte: Zínia Araripe —CLDF
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Acima, foto de Honestino Guimarães.
Abaixo, o espaço não merece ser usado com a foto do ditador Costa e Silva. Ficará em branco.