Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sábado, 6 de janeiro de 2018

Jornalismo de luto. Pedro Porfírio e Carlos Heitor Cony morreram no Rio de Janeiro

Sábado, 6 de janeiro de 2018

Da Tribuna da Imprensa Sindical

Porfírio e Cony
Faleceu ontem (5) no Hospital Barra D'or, o jornalista e ex-vereador Pedro Porfírio, 74 anos, um grande defensor da Democracia que sofreu os horrores da tortura durante o regime militar, que ele tão bem registrou em um de seus livros "Confissões de um inconformista".

Histórico militante Trabalhista, entrou no movimento estudantil após a morte de Getúlio Vargas em 1954 onde ficou até 1964 no Golpe sendo preso político, com a abertura foi vereador e colaborou decisivamente com o projeto de Brizola e Darcy Ribeiro no PDT.

Além de colaborador dessa TRIBUNA DA IMPRENSA Sindical, trabalhou nos jornais O Dia e Correio da Manhã, Tribuna da Imprensa, da qual foi seu chefe de Redação, nas revistas Manchete e Fatos & Fotos. Dirigiu a Central Bloch de Fotonovelas. Chefiou a Reportagem da Tv Tupi, foi redator da Rádio Tupi e teve programa diário na Rádio Carioca.

Como teatrólogo escreveu 8 peças, dentre elas o sucesso "O bom burguês".

Nos últimos 5 anos travava uma luta contra o câncer, o que fez com a mesma coragem e destemor com que defendeu a Liberdade e a Democracia no Brasil.

O enterro é hoje, no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, às 15h30 e o velório na Capela 6. Aos familiares e amigos nossos sinceros sentimentos.

Releia seu último artigo aqui para nossa Tribuna (em 12/5/2017):

A MÃE DE TODAS AS CORRUPÇÕES


Engana-se quem pensa que o assalto aos cofres públicos se limita a propinas, a superfaturamentos e a desvios de dinheiro no varejo.

Pode-se afirmar que essa é a parte mais fuleira da engrenagem criminosa. É até a mais visível. Mas isso é pura roubalheira de ocasião.

O grosso está nos grandes negócios como a privataria tucana (quando a Vale do Rio Doce foi doada de mão beijada a valores simbólicos) e a astúcia contábil de alto teor corrosivo.

É o caso da matreira "reforma" da previdência, o "sonho de consumo" de todos os bancos (já não são muitos, aliás) aqueles que lucram fortunas com a mais impune agiotagem enquanto o resto da economia, a produtiva, vai mal das pernas.

Além de já mamarem 12% do que devemos de imposto de renda, através do PGBL, eles se estruturaram para uma previdência privada, cujos mecanismos e remuneração de retorno é uma incógnita muito a semelhança da relação de hoje: eles te remuneram menos de 1% ao mês por uma aplicação, mas quando você cai nos juros do cartão ou do cheque especial fica devendo mais de 10% ao mês.

Quando mete a faca no nosso bolso, o governo sabe que responde pela seguridade social, para onde a Constituição de 1988 carimbou alguns tributos, que são apropriados pelo Ministério da Fazenda na maior cara de pau. Com esse desvio interno de verbas a turma a serviço dos bancos pode falar em déficit da previdência, cujo modelo no Brasil tem fôlego mais de 20 anos: há hoje 20 trabalhadores de carteira assinada para 8 inativos. E só por via direta, 23% de cada salário vai para o INSS.

O buraco é mais em cima. O grande vilão mesmo é o chamado déficit da dívida interna: 40% de toda a arrecadação escorrem pelo ralo do "pagamento" da dívida interna, isto é para manter o sistema de especulação, cujo rombo, este sim, cada vez aumenta mais.

O modelo previdenciário brasileiro – o da solidariedade entre as gerações – que pretendem detonar desde a ditadura militar, tem uma influência cardeal na vida das nossas cidades do interior: em 69% deles, os benefícios pagos superam os repasses constitucionais do FPM – Fundo de Participação dos Municípios. Em 35% delas, o dinheiro dos aposentados e pensionistas são superiores às receitas das prefeituras, segundo o site Compara Brasil.

Em outras palavras, se esses parlamentares filhos das putas aprovaram o modelo do banqueiro Henrique Meireles, sob os auspícios do impostor, estarão dando tiros nos próprios pés (deixando seus redutos a pão e água) e ferrando o Brasil inteiro, de ontem, hoje e amanhã.