Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 8 de abril de 2021

#Covid: GDF deve melhor resposta ao fura-fila da PMDF

Quinta, 8 de abril de 2021
Dos mais de nove mil policiais da PM, apenas 770 serão vacinados de imediato. Foto de Arthur Menescal/Metropoles.


Moral da história, nesse país imaginário, o soldado vai ao front da guerra desprotegido e os oficiais que estão nos gabinetes, na retaguarda, ficaram protegidos. Em qualquer corporação, em especial as militares, essa história seria considerada uma fábula fantasiosa. Ledo engano. O relatado aqui foi o que aconteceu no âmbito da Polícia Militar do Distrito Federal.


Por Chico Sant’Anna
Imagine um país que se defronta com um inimigo poderosamente fatal e cujas potencialidades de dano ainda não são integralmente conhecidas.

Para ajudar a combater esse inimigo, existe um exército de pouco mais nove mil solados. Soldados que são obrigados a enfrentar o inimigo mesmo sem estar integralmente protegidos e equipados para tal missão. Como soldados, contudo, cumprem com o seu dever de defender a população desse país. A missão é difícil e exige coragem e despreendimento, mas a potencialidade do inimigo e a falta de proteção dos soldados já levaram à morte vinte deles e mais de cem foram gravemente afetados.

No meio desse enfrentamento surge uma espécie de escudo, que promete defender a tropa em seu enfrentamento ao inimigo. Não há escudos para todos, contudo. É necessário escolher quem irá portá-los. A lógica sugeriria que aqueles que estão em funções mais vulneráveis no front fossem os beneficiários de tal escudo. Não foi isso que aconteceu. Comandantes e oficiais superiores, cujas tarefas tem um grau menor de exposição, se valeram de suas posições hierárquicas e trouxeram para si o benefício dos parcos escudos conseguidos.