Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

domingo, 3 de outubro de 2021

GOVERNO BOLSONARO. As mentiras que contaram (e contam) para você

Domingo, 3 de outubro de 2021


Prática de disseminação de notícias falsas continua levando as pessoas a acreditarem em informações falsas e preconceituosas - Reprodução

Umas das principais estratégias bolsonarista é divulgar fake news em sites, redes sociais e até em discurso presidencial

Frédi Vasconcelos
Curitiba (PR) | 01 de Outubro de 2021 às 09:33

Quem nunca ouviu falar de “mamadeira de piroca”? Tem muita gente que garante ter visto e muitos foram influenciados nas eleições de 2018 por mentiras divulgadas em sites e redes sociais. Ou até mesmo em discursos e lives do presidente. E a prática continua nos últimos anos, mesmo em plena pandemia, levando as pessoas a acreditarem em informações falsas e preconceituosas.

Veja algumas delas desmentidas por agências de checagem de dados:

Corrupção no governo

“Estamos há dois anos e oito meses sem qualquer caso concreto de corrupção” (Bolsonaro, em discurso na ONU)

Foras os escândalos das “rachadinhas” e compra de mansões sem recursos declarados para isso por parentes de Bolsonaro, para a Agência Lupa, a fala do presidente é falsa. Há denúncias de irregularidades desde janeiro de 2019, que já levaram ao cancelamento de contratos para a compra de laptops para escolas públicas e para a aquisição de vacinas contra a Covid-19, à exoneração de um diretor do Ministério da Saúde suspeito de cobrar propina e ao afastamento do vice-líder do governo no Senado, flagrado pela Polícia Federal com dinheiro na cueca.

Manifestação de 7 de setembro

“No último 7 de setembro, data da nossa Independência, milhões de brasileiros, de forma pacífica e patriótica, foram às ruas na maior manifestação de nossa história” (Bolsonaro, em discurso na ONU)

Para a Agência Lupa, a afirmação é falsa. A agência descreve que em São Paulo, no 7 de setembro, foi estimado pela Polícia Militar público de 125 mil manifestantes. Muito menor que em outras manifestações. Em Brasília, foram cerca de 105 mil pessoas. Só para lembrar, as manifestações por Diretas Já reuniram milhões de pessoas em diversas capitais do país. Mesmo os atos Fora Bolsonaro, como o de 2 de outubro, reúnem pessoas em mais cidades e estados. 

Imagem da manifestação de 7 de setembro em Brasília / Foto: Sarah Teófilo/Reprodução Twitter

Vacina em jovens

Há diversos vídeos nas redes sociais atribuindo a mortes de jovens à vacinação contra a Covid-19. Em um deles, segundo o G1, uma mulher afirma que três irmãos, de 13, 16 e 18 anos, morreram depois de receber a CoronaVac. Segundo o site, no vídeo, a mulher não dá o nome de nenhuma das vítimas, só diz que são filhos de uma amiga sua. O Instituto Butantan nega que isso tenha acontecido e afirma que menores de idade nem sequer podem participar dos testes com a vacina. Informa ainda que nenhum voluntário apresentou reações adversas ao imunizante até o momento.

Capa do Washington Post com Bolsonaro

Segundo a Agência Lupa, há nas redes sociais uma falsa capa do jornal estadunidense The Washington Post, que teria publicado que Jair Bolsonaro (sem partido) seria “O melhor presidente brasileiro da história” após seu discurso na ONU. Essa capa nunca existiu. Diz a Lupa, que entre a data do discurso de Jair Bolsonaro na ONU e a data da publicação do post, o jornal The Washington Post não publicou nenhuma capa em que constavam elogios ao brasileiro na manchete.

Capa falsa de jornal estadunidense circulou pelas redes sociais / Reprodução Facebook

Urnas fraudadas

Outra mensagem falsa que circula é que “80% das urnas eletrônicas do Brasil estão fraudadas." Mentira que teria sido passada em vídeo do cantor Eduardo Costa. Para a agência de checagem, a informação também é falsa. “Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nenhuma fraude foi comprovada em 24 anos de uso do equipamento. Além disso, a Polícia Federal não encontrou registros de investigações sobre fraudes que comprometessem o sistema desde que começou a ser usado.” 

Edição: Lia Bianchini

Fonte: Brasil de Fato