Terça, 12 de fevereiro de 2013
Da Veja
A nova cúpula do
Legislativo brasileiro terá de se revezar entre as atividades de comando
das duas Casas e responder a uma série de processos na Justiça
Laryssa Borges, Marcela Mattos e Gabriel Castro, de Brasília
Nuvens carregadas sobre o prédio do Congresso Nacional, em Brasília
(Dida Sampaio/Agência Estado)
Eleitos para presidir o Senado e a Câmara mesmo cercados por denúncias, Renan Calheiros (PMDB-AL) e Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN)
dividirão o comando do Legislativo brasileiro com parlamentares que
também enfrentam problemas na Justiça. A dupla do PMDB terá a companhia
nas Mesas Diretoras de sete congressistas - cinco senadores e dois
deputados - que respondem a ações ou inquéritos judiciais. Além disso,
as reuniões de líderes dos partidos no Congresso também passarão a ter a
presença de uma nova elite, que chega ao poder com vistoso currículo de
denúncias.
A lista de acusações contra os novos "donos do Congresso" é ampla:
compra de votos, formação de quadrilha, fraude em licitações, corrupção e
improbidade administrativa. Nada, entretanto, que impeça os principais
partidos políticos do país de escolhê-los para cargos de comando na
esfera federal.
No Senado, cinco parlamentares que ocuparão cargos na Mesa Diretor
enfrentam processos e investigações na Justiça. A começar pelo primeiro
na linha sucessória de Renan Calheiros, o vice-presidente da Casa, Jorge
Viana (AC), do PT. Ele é investigado em inquérito no Supremo Tribunal
Federal (STF) por compra de votos, declaração falsa em documento
eleitoral e recebimento de doação proibida pela Lei Eleitoral.