Domingo, 2 de setembro de 2011
Da "Auditoria Cidadã da Dívida"
Os jornais noticiam a pesquisa CNI/IBOPE sobre
a popularidade da Presidente Dilma Rousseff. Apesar do viés positivo
colocado pelos meios de imprensa, um fato pouco comentado é que a maior
parte da população continua rejeitando importantes aspectos da política
econômica e social: nada menos que 59% da população reprovam a política
de juros, 55% reprovam a política de combate à inflação, 67% reprovam a
política de saúde pública, 51% reprovam a política de educação, e 42%
reprovam a política de combate ao desemprego.
Isto mostra que, ao
contrário do afirmado por muitos, a política econômica não é aprovada
pela população brasileira, que também continua rejeitando fortemente a
atual condução de políticas essenciais, como a saúde e educação. Estas
áreas sociais carecem de mais recursos, mas que são consumidos pelas
altas taxas de juros da dívida pública.
Enquanto isso, os gastos
com a dívida só aumentam. Notícia do jornal Correio Braziliense mostra
que em 2011 o país pagará o maior montante de juros da história: R$ 200
bilhões. Cabe comentar ainda que tal valor é subestimado, dado que é
calculado com base na dívida “líquida”, e não na dívida “bruta”.
Um
instrumento utilizado para se retirar recursos da saúde e destiná-los
para o pagamento da dívida é a Desvinculação das Receitas da União
(DRU), criada pelo governo FHC e mantida por Lula. Agora, o governo
Dilma quer prorrogar mais uma vez este instrumento até 2015, conforme
mostra outra notícia do Correio Braziliense. A “oposição” (DEM e PSDB)
se dizem agora contra a DRU, embora a tenham criado. E a base aliada do
governo (PT), que era contra o mecanismo na Era FHC, agora é a favor.
Como
resultado, mantém-se a velha política de priorização dos gastos com a
dívida. Outra vítima é a Reforma Agrária: o Portal G1 mostra que o
próprio Presidente do INCRA culpa o contingenciamento (corte) de
recursos do orçamento pela redução no número de assentamentos de
famílias sem-terra.
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