Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

GDF pretende gastar dinheiro da educação com publicidade, segundo estudo do TCDF

Sexta, 18 de novembro de 2011
Do Blog do André de Moura
A educação é a mola propulsora de um país rumo ao futuro, por meio da educação se constrói a esperança de um dia termos um país com menos desigualdades sociais, com menos miséria, mais democrático e com menos corrupção. Em educação não existe gasto, não existe despesa, existe investimento de retorno certo.

Aos maus governantes, àqueles que sobrevivem da exploração da miséria e ignorância do povo a palavra educação é pior do que uma doença letal. Educação significa fim dos privilégios, das mamatas, das sem-vergonhices que vicejam em nosso seio político.

Veja como um governo trata a questão educacional e terá um norte seguro para avaliar se estamos diante de um governo bom, justo e preocupado com o futuro ou se estamos diante de um governo de déspotas, de vilões e exterminadores do porvir (se eu pudesse, aqui, invocar palavras de baixo calão…).

Normalmente, governos despreocupados com as pessoas e cujo único mote é locupletar-se às custas do sacrifício e da miséria da população preferem gastos com publicidade aos investimentos em educação. É mais fácil convencer e cativar os ignorantes com mídia, com peças publicitárias bonitinhas do que com trabalho. Triste, mas verdadeira, realidade.

No Distrito Federal, segundo apurações preliminares do TCDF, o atual governo, por meio da Lei 4607, de 19 de julho de 2011, abriu crédito adicional à Lei Orçamentaria anual do DF, no valor de R$ 47.000.000,00 para gastos com publicidade. Esta suplementação teve como origem a anulação de dotações, de igual montante, da Secretaria de Estado de Educação.

Em documento produzido pelo Tribunal de Contas do DF, lê-se o seguinte:

Tal procedimento, a princípio, nos parece lesivo ao interesse público uma vez que são notórias as dificuldades inerentes ao sistema educacional local, como por exemplo, a flagrante deterioração de diversas instalações físicas das unidades educacionais. Do montante de R$ 47.000.000,00 suplementados ao orçamento da SEPI, o total de R$ 30.000.000,00 adveio de cancelamento de dotação para a atividade da Secretaria de Estado de Educação denominada “descentralização de recursos financeiros para as escolas do Distrito Federal”, ou seja, um recurso cuja destinação originária seria o repasse direto às unidades educacionais do GDF foi alterado para fins de incremento às despesas midiáticas do Governo.

Grave, gravíssimo, e pior, a alteração da destinação da verba decorreu de lei ordinária específica, portanto, analisada e aprovada pela Câmara Legislativa do Distrito Federal. Estamos falando da Lei 4607/11.

Por sorte, o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas agiu rápido e conseguiu suspender, pelo menos por enquanto, o atentado à educação pública.

O TCDF identificou ainda diversos outros problemas na licitação que pretende justificar gastos totais de mais de R$ 147 milhões do dinheiro público em publicidade.
Veja o documento produzido pelo TCDF: Microsoft Word – 166365.doc