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(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Número de aviões para pulverização de agrotóxicos dobrou em 10 anos

Segunda, 7 de novembro de 2011
Da Agência Pulsar


Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) o número de aeronaves no Brasil para pulverização de agrotóxicos dobrou nos últimos 10 anos. A fiscalização da atividade nas plantações agrícolas, no entanto, é insuficiente.
www.brasil.agenciapulsar.org
Apenas 70 controlam atividade.


Em 1999, eram 684 aviões que faziam esse tipo de serviço em todo o país. Já em 2010, o número em operação para despejar veneno agrícola nas lavouras cresceu para 1350 aeronaves. O Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag) informa que as operações se dão, principalmente, nas produções de soja, algodão e arroz.

De acordo com informações da página do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o país utiliza por ano mais de 1 bilhão de litros de veneno nas plantações. O MST, que integra a Campanha Nacional contra os Agrotóxicos e pela Vida, critica a agricultura baseada em venenos.

O movimento ressalta que os agrotóxicos contaminam a produção dos alimentos, mas também as águas de rios, lagos e lençóis freáticos. Além disso, podem causar uma série de doenças crônicas, principalmente aos trabalhadores rurais que lidam diretamente com estes venenos.

No que se refere especificamente à pulverização aérea, dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) mostram que mesmo com calibração, temperatura e ventos ideais, a atividade deixa cerca de 32% dos agrotóxicos retidos nas plantas e 49% no solo, enquanto 19% se expandem para áreas vizinhas.

Se a atividade feita dentro dos padrões já causa perigo, a falta de fiscais para monitorar esta pulverização aumenta ainda mais os riscos. Hoje, apenas 70 agentes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) fiscalizam toda a pulverização de agrotóxicos e adubos feita por aviões em todo o país. (pulsar)