Segunda, 2 de julho de 2012
Bruno
Filippelli, herdeiro de Tadeu Filippelli, deveria dar expediente no
gabinete de deputado peemedebista. Mas passa o dia comandando a própria
empresa
Bruno
Fillipelli, em vídeo da Juventude do PMDB/DF veiculado no YouTube
(Reprodução de vídeo)
Por Gabriel Castro -- O
filho do vice-governador do Distrito Federal é funcionário-fantasma em
um gabinete na Câmara dos Deputados. Bruno Ervilha Filippelli,
herdeiro do peemedebista Tadeu Filippelli, deveria trabalhar no
escritório do deputado Pedro Chaves (PMDB-GO). Apesar de receber quase
10 000 reais dos cofres públicos por mês, Bruno não aparece na Câmara.
Ele dá expediente em outro lugar: a empresa que controla com o irmão.
É
na Aero Channel, companhia que comercializa paineis de publicidade,
que o filho do vice-governador trabalha. Além do salário, Bruno obtém
outro benefício com a sua nomeação no gabinete do deputado: o filho do
vice-governador é servidor de carreira do Tribunal de Justiça do
Distrito Federal. Como foi requisitado para trabalhar na Câmara, ele
pode dar expediente diariamente na própria empresa sem ter de prestar
contas e, ao mesmo tempo, mantém a possibilidade de reassumir o cargo no
Tribunal de Justiça quando quiser.
Mais
do que isso: aos mais de 6 000 reais que recebe do tribunal, ele
acresceu uma gratificação 3 540 reais, paga pela Câmara. No fim das
contas, passou a ganhar mais para trabalhar menos - ou nada.
Uma
funcionária da Aero Channel confirmou ao site de VEJA que Bruno
trabalha na empresa diariamente: "Ele costuma ficar aqui, mas ainda não
voltou depois do casamento", disse. O empresário se casou no dia 7 de
junho, em uma festa milionária. A cerimônia foi realizada em um castelo
na Itália, nas imediações de Roma. As fotos estão num site de coluna
social de Brasília. Três dias antes, ele havia entrado oficialmente de
férias de seu cargo na Câmara. Deveria ter retornado ao trabalho no dia
25. Mas não apareceu. No gabinete, uma servidora identificada como
Geralda confirmou que Bruno é lotado no escritório de Pedro Chaves, mas
não soube dizer o serviço prestado por ele. Também disse não saber o
paradeiro de empresároi nem o número de telefone do herdeiro de Tadeu
Filippelli.
Os
19 dias de férias em junho, aliás, não foram os únicos em 2012: Bruno
ficou oficialmente fora do trabalho pela Câmara entre os dias 5 de
janeiro e 3 de fevereiro. Antes disso, mais repouso: de 6 a 20 de
dezembro do ano passado. Tudo isso tendo assumido o cargo na Câmara em
fevereiro de 2011. Saldo final: em sete meses, o filho do
vice-governador tirou 64 dias de férias. E nem precisava.
Resposta -
Bruno Filippelli não foi localizado para comentar o caso. A assessoria
do deputado Pedro Chaves afirmou, sem detalhes, que o empresário não
comparece ao gabinete porque "presta serviços externos junto aos órgãos
federais". Ainda assim, reconheceu que, depois das férias que deveriam
ter se encerrado em 22 de junho, o filho do vice-governador não
retornou ao "trabalho".
Fonte: Revista Veja
Blog do Odir