Sábado, 11 de agosto de 2012
Por Ivan de Carvalho

Isto
não tira a grande relevância dos resultados eleitorais nas outras grandes
cidades do interior. Mas é que para a oposição, Salvador e Feira de Santana são
fundamentais – uma vitória nesses dois municípios daria certo fôlego político
às oposições para a disputa das eleições majoritárias de 2014. Já uma vitória
do governo pelo menos na capital deixará as oposições de calças na mão para
2014.
Isto,
é claro, considerados apenas os efeitos ou reflexos das eleições municipais
deste ano. É que há muitos outros fatores em jogo. A avaliação que o governo
estadual e o governador Wagner terão na fase eleitoral de 2014, bem como a
avaliação da administração municipal de Salvador e do prefeito, seja ele quem
for. Também como estarão na época a avaliação do governo federal e a
popularidade da presidente Dilma e do ex-presidente Lula. Como terá sido o
julgamento do Mensalão. E como estará a economia na travessia da crise
econômica e financeira global.
Deixando
o cenário, vale uma olhada nos personagens principais. Há uma profusão de
nomes, mas uma clara escassez de pré-candidaturas válidas. O PT, que todo mundo
sabe que não abre mão de candidatura própria a governador em favor de qualquer
outro partido, aparenta ter três nomes: o nome do maior gosto do governador
Wagner, Rui Costa, atual chefe da Casa Civil. O nome do maior gosto do
ex-presidente Lula e do que se poderia chamar de “PT nacional” (mas não da
presidente Dilma), Sérgio Gabrielli, ex-presidente da Petrobrás e atual
secretário do Planejamento. E Walter Pinheiro, do maior gosto dele mesmo, mas
que como senador retoma o destaque que teve como deputado e acaba agora de ser
chamado às pressas pelo governador para dar uma “tenência” na organização da campanha
de Pelegrino, em um esforço para tirar a vaca do brejo em que se estava
metendo. Se tiver êxito, marca pontos para 2014.
Fora
do PT, mas do lado governista. Um candidato declarado, o presidente da
Assembléia Legislativa, Marcelo Nilo, do PDT, passível de figurar na chapa
majoritária. E Otto Alencar, esse, eleitoralmente, o grande nome governista,
mas, não sendo do PT, imagino que possa escolher entre uma candidatura ao
Senado (se Wagner mantiver a anunciada desistência de concorrer a esse mandato)
e a reeleição para vice-governador.
Há
que mencionar ainda o prefeito João Henrique. Ele já declarou que deseja ser
candidato a governador em 2014. Está no PP, ninguém sabe em qual legenda estará
em 2014, apenas há especulações de que pode ser o PTN.
Nas
oposições. Um “candidato natural” seria ACM Neto se não houvesse entrado na
disputa pela prefeitura da capital. Como está, complicou. Ainda no DEM, há
Paulo Souto, que não demonstra intenção nem vontade e o presidente estadual
José Carlos Aleluia, por honra da firma. No PMDB, Geddel Vieira Lima,
especialmente se Kertész for eleito prefeito de Salvador. Ah, sim, tem o bravo
PSOL, não importa se com Hilton ou Hamilton.
BURRICE – Vaccarezza fez burrice, entrando com representação no
Conselho Nacional do Ministério Público Federal contra o chefe do MPF, Roberto Gurgel, na
surpreendente tentativa de censurar a Turminha do MPF. Agora está todo mundo
querendo saber o que fez a Turminha do MPF.
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Este artigo foi publicado
originalmente na Tribuna da Bahia deste sábado.
Ivan de Carvalho é jornalista
baiano.