Domingo, 24 de fevereiro de 2013
Por Mauro Santayana
Podemos discordar do regime político de Cuba, que se
mantém sob o domínio de um partido único. Mas é preciso seguir o conselho de
Spinoza: não lisonjear, não detestar, mas entender. Entender, ou procurar
entender. A história de Cuba – como, de resto, de quase todo o arquipélago do
Caribe e a América Latina – tem sido a de saqueio dos bens naturais e do
trabalho dos nativos, em benefício dos colonizadores europeus, substituídos
depois pelos anglossaxões.
E, nessa crônica, destaca-se a resistência e a
luta pela soberania de seu povo não só contra os dominadores estrangeiros, mas,
também, contra seus vassalos internos.
Já se tornou lugar comum lembrar que, sob os governos
títeres, Havana se tornara o maior e mais procurado bordel americano. A
legislação, feita a propósito, era mais leniente, não só com o lenocínio, e
também com o jogo, e os mais audazes
gangsters de Chicago e de Nova Iorque tinham ali os seus negócios e seus
retiros de lazer. E, mais: as mestiças cubanas, com sua beleza e natural
sensualidade, eram a atração irresistível para os entediados homens de negócios
dos Estados Unidos.