André Richter - Repórter da Agência
Brasil
A defesa de um dos delatores do esquema de corrupção
investigado na Operação Lava Jato pediu à Justiça Federal perdão judicial. Os
advogados de Júlio Gerin de Almeida Camargo, ex-consultor da empresa Toyo
Setal, alegam que o acusado merece o benefício por ter ajudado a identificar
pessoas e detalhes sobre os desvios de recursos na Petrobras.
Em resposta à abertura da ação penal contra Camargo,
ocorrida em dezembro passado, a defesa reafirmou todas as declarações dele em
depoimento de delação premiada firmado com o Ministério Público Federal (MPF).
O executivo confirmou pagamento de US$ 30 milhões ao empresário Fernando
Soares, conhecido como Fernando Baiano, para intermediar a compra de sondas de
perfuração para a Petrobras.
“Desta forma, procedem por completo os fatos narrados na
denúncia oferecida nos presentes autos, por serem absolutamente fiéis às declarações
prestadas por Júlio Gerin de Almeida Camargo em colaboração premiada e, ainda,
aos documentos por ele apresentados”, declarou a defesa.
No termo de delação, Camargo afirmou que em 2005 atuou como
agente da empresa Samsung para vender para a Petrobras duas sondas de
perfuração de águas profundas na África e no Golfo do México. Para fechar
o negócio, o delator disse que procurou Soares "pelo sabido bom
relacionamento" dele na Área Internacional e de Abastecimento da empresa,
dirigidas à época por Nestor Cerveró e Paulo Roberto Costa, respetivamente.
Na mesma ação penal são réus Nestor Cerveró, o empresário
Fernando Baiano e o doleiro Alberto Youssef. O prazo para que os advogados dos
demais acusados apresentem resposta às acusações vence na semana que vem.