Sábado, 1º de agosto de 2015
A turma de Dilma no eletrolão
Investigação do esquema de propinas
chega às elétricas e se aproxima personagens muito próximos da
presidente, como o ministro Aloizio Mercadante, a antiga auxiliar
Erenice Guerra e o diretor da Eletrobras, Valter Cardeal
Claudio Dantas Sequeira
Em julho de
2007, a então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, reuniu alguns
ministros num comitê que tinha como missão fixar novas metas para o
programa nuclear brasileiro. Aficionada às questões do setor elétrico,
Dilma puxou para si o papel de coordenadora do grupo. O trabalho
resultou num plano que previa, dentre tantas metas ambiciosas, a
conclusão das obras da usina nuclear de Angra 3, paralisadas nos anos
80. No comando operacional da empreitada estava o presidente da
Eletronuclear, almirante Othon Pinheiro da Silva, que se tornou na
semana passada o principal alvo da 16ª fase da Operação Lava Jato.
Othon, que estava licenciado do cargo desde abril, quando surgiram os
primeiros indícios de irregularidades, foi preso pela Polícia Federal
sob acusação de receber R$ 4,5 milhões em propinas pagas por
empreiteiras integrantes do consórcio responsável pela obra. Embora o
militar tenha surgido como a face mais visível do esquema, a PF tem
elementos que podem fazer com que as investigações atinja outras
personagens muito próximos da presidente Dilma. “É possível que a gente
chegue aos políticos”, disse o delegado Igor Romario de Paula.
NA ANTE-SALA DO PLANALTO
Aloizio Mercadante, Erenice Guerra e Valter Cardeal (da esq. para dir.)
deverão estar entre os investigados no Eletrolão
Chegar aos políticos é quase um eufemismo.
Ao mergulhar no setor elétrico, a PF vai bater na porta do Palácio do
Planalto. Não há um só projeto no setor elétrico que Dilma não tenha
acompanhado de perto. Se como presidente do Conselho da Petrobras a
presidente alega que não tinha informações completas sobre o que
acontecia na estatal, dificilmente poderá dizer que desconhecia os rolos
em Angra 3 ou na usina de Belo Monte, os dois maiores investimentos do
governo em geração de energia. Em ambos os casos, os investigadores já
têm indícios de envolvimento de gente de confiança da petista. Há
informações, por exemplo, de que boa parte dos contratos de equipamentos
da mega hidrelétrica que está sendo construída na bacia do rio Xingu
era antes negociada num escritório de advocacia – ou lobby – abrigado
num imponente edifício de linhas modernistas e fachada de concreto na
quadra 8 do Lago Sul, bairro nobre de Brasília.
O imóvel está situado a apenas uma quadra
do escritório de advocacia de Erenice Guerra. E não é mero acaso. Além
da ex-ministra de Dilma, segundo investigadores, também frequenta o
local o advogado Joaquim Guilherme Pessoa e o empresário Marco Antonio
Puig, ligado à empresa LWS envolvida numa investigação de fraudes em
contratos de informática nos Correios. Puig teria relação com o diretor
da Eletrobras Valter Cardeal, outro apadrinhado de Dilma.
Leia a íntegra em:
http://www.istoe.com.br/reportagens/430024_A+TURMA+DE+DILMA+NO+ELETROLAO?pathImagens=&path=&actualArea=internalPage