Domingo, 17 de setembro de 2017
E ironiza o procurador-geral da República, Rodrigo Janot: as flechas estão saindo pela culatra
Brasil 247 / Blog do Sombra
Chefe das tropas de choque do ex-presidente da Câmara cassado e preso
Eduardo Cunha, e agora do presidente Michel Temer, o deputado de
primeiro mandato Carlos Marun (PMDB-MS) provocou uma rebelião na CPI da
JBS ao ser indicado relator. Ele diz que tem apanhado, mas que também
sabe bater bem. Afirma que, no caso de Cunha, sua estratégia era
segurá-lo no cargo para que não caísse antes de Dilma Rousseff. Sobre os
senadores que deixaram a CPI em protesto contra sua indicação para a
relatoria, Marun diz que isso é só desculpa e, na verdade, estão é com
medo de investigar a JBS e os procuradores. E ironiza o procurador-geral
da República, Rodrigo Janot: as flechas estão saindo pela culatra.
O senhor está recebendo muita flechada por defender o presidente Temer?
Não! As flechas estão saindo pela culatra. É o primeiro caso de flecha que sai pela culatra que conheço.
O senhor não tem medo de “apanhar”, ser criticado?
Medo de apanhar, eu tenho. Não gostaria de apanhar, mas apanho de
algumas pessoas que têm uma posição contrária e, às vezes, extrapolam.
Mas eu também bato, né? Levo, mas também, quando passam de um certo
limite, eu bato. Comigo é: bateu, levou.
O senador Otto Alencar saiu da CPI batendo a porta por não concordar com a indicação do senhor para a relatoria da CPI da JBS.
Saiu batendo a porta, não temos o que conversar. Mas esses que estão saindo... o que eu vejo? Estão saindo por medo.
Medo de quem?
Nós vamos investigar quem sempre nos investigou. Vamos interrogar quem
sempre nos interrogou. Esse é um paradigma que será quebrado. Medo desse
embate que nós vamos ter. De dali a pouco ter que se posicionar em
relação a um procurador. E também, em alguns, pode acontecer a vontade
de que a JBS não seja investigada. São duas questões. E não há motivo
para isso, porque quem vai prevalecer é a maioria. Quer dizer, essa
saída é pirotécnica e, para mim, fruto do medo. Não renuncio de jeito
nenhum. Esta CPI é uma CPI para corajosos. Eu tenho meus defeitos, mas
não sou uma pessoa desleal. Vamos ter que fazer porque vamos ter que
encontrar um jeito de enfrentar uma situação dessa. Vejo, sinceramente,
nesses que saem, falta de coragem para enfrentar uma situação, de romper
o paradigma, de investigar quem sempre nos investigou. Eu vejo aí
temor. Eu vejo medo nessas saídas.
O senhor admite que esta CPI tem como alvo Janot?
Ela tem três focos: os contratos da JBS com o BNDES, a questão do
monopólio dos frigoríficos e as dívidas previdenciárias, tributárias; e
as circunstâncias da delação.
É a delação o alvo principal?
Isso é que provocou a CPI, para dizer a verdade. As circunstâncias controversas desse acordo.
O presidente Temer é acusado por ele, na gravação, de ter recebido dinheiro também antes do mandato. Vocês vão investigar isso?
Não podemos investigar o presidente antes do mandato. Não vamos
contrariar a lei. O presidente, ao fim do mandato, em havendo provas de
que tenha cometido algum alto ilícito, vai ter andamento de processo
contra ele.
Janot acha que há motivos para o presidente Temer ser cassado. Por isso ele se transformou no vilão nº 1 do PMDB?
Não é que ele seja um bandido, mas um vilão do crescimento do Brasil,
acho que ele é. O doutor Janot é hoje a pessoa que mais atrapalha o
Brasil. Vilão do PMDB, não. O PMDB tem gente que tem contas a acertar.
Que acertem.