Segunda, 11 de setembro de 2017
Paulo Victor Chagas - Repórter da Agência Brasil
Os
executivos do grupo J&F, Joesley Batista e Ricardo Saud, que
tiveram a prisão temporária decretada ontem, desembarcaram por volta das
15h30 em Brasília. Eles saíram de São Paulo em um avião da Polícia
Federal por volta das 14h e foram direto para a Superintendência da
Polícia Federal (SPF).
Ao chegar ao local, as duas viaturas que
levavam os executivos foram recebidas com um protesto de um pequeno
grupo de manifestantes que soltaram fogos de artifício. Motoristas que
passavam pelo local buzinaram ao perceber os carros da PF. Os
manifestantes portavam bandeiras do Brasil e cartazes com dizeres "Somos
todos Sérgio Moro" e "Bem-vindo, Joesley, Papuda te espera de braços
abertos"
Joesley
e Saud têm prisão decretada até a próxima sexta-feira (15) e ficarão na
Superintendência da PF em celas separadas, de 9 metros quadrados cada.
Eles podem ser transferidos para o Complexo Penitenciário da Papuda caso
a detenção seja convertida em prisão preventiva nos próximos dias.
Os
dois se entregaram à PF depois que o ministro do Supremo Tribunal
Federal, Edson Fachin, aceitou o pedido de prisão temporária do
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, após a divulgação de um
áudio de quatro horas de diálogo entre ambos que, de acordo com a PGR,
aponta que eles omitiram informações durante o acordo de delação
premiada.
As prisões temporárias dos executivos foram expedidas
pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, que
acolheu o pedido feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo
Janot.
De acordo com Rodrigo Janot, um áudio de quatro horas de
uma conversa dos executivos da J&F, que mencionavam o ex-procurador
da República Marcelo Miller, aponta que eles omitiram informações da
Procuradoria-Geral da República durante as negociações do acordo de
delação premiada.
Nesta segunda-feira (11), agentes da PF
cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços dos executivos, na
sede da J&F em São Paulo e na casa do ex-procurador da República
Marcelo Miller, no Rio de Janeiro.