Terça, 19 de setembro de 2017
Andreia Verdélio – da Agência Brasil
A Pesquisa da Confederação Nacional do Transporte
(CNT) com o Instituto MDA, divulgada hoje (19), indica que 3,4% dos
brasileiros entrevistados consideram positivo o governo do presidente
Michel Temer e 75,6% o avaliam como negativo. Para 18% dos
entrevistados, o governo é regular e 3% não responderam ou não souberam
opinar.
Na pesquisa divulgada
em fevereiro, 10,3% avaliaram o governo Temer como positivo e 44,1%
como negativo. Os que consideraram o governo regular foram 38,9% dos
entrevistados e 6,7% não souberam opinar.
O levantamento traz
avaliações do governo federal e do desempenho pessoal do presidente
Michel Temer, além de expectativas da população sobre emprego, renda,
saúde, educação e segurança. A edição também aborda as eleições de 2018,
a reforma política, a Operação Lava-Jato e os hábitos de consumo de
notícias no Brasil, entre outros temas.
A CNT/MDA ouviu 2.002
pessoas, em 137 municípios de 25 Unidades Federativas, das cinco regiões
do país, entre os dias 13 a 16 de setembro. A pesquisa completa está
disponível na página da CNT.
Desempenho pessoal
Em
relação ao desempenho pessoal do presidente, a pesquisa divulgada hoje
mostra que 84,5% desaprovam a maneira de Temer governar, frente a 62,4%
da pesquisa anterior; e 10,1% aprovam, enquanto na consulta anterior o
percentual era de 24,4%.
Segundo o presidente da CNT, Clésio
Andrade, esta é a pior avaliação de um presidente, tanto de governo como
de desempenho pessoal. “De toda a série histórica e entre todos os
ex-presidentes”, ressaltou. As pesquisas da CNT são feitas desde 1998,
primeiro mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Apesar
de melhoras na economia serem percebidas de forma tímida pela
população, segundo Andrade, em algum momento, isso pode reverter
favorável ao presidente Temer.
Crise política e protestos
Segundo
a CNT, há a percepção de que o país se encontra em crise e fora de rumo
do ponto de vista político. Para 94,3% dos entrevistados, o país está
em crise política. Desses, 49,9% acreditam que a troca de presidente da
República não resolveria a situação, enquanto 41,2% acreditam que a
troca do comando do país resolveria a crise.
Entre os
entrevistados, 91% dizem não ter participado de protestos ou atos
políticos desde 2013; 9% declararam ter participado. Dos que
participaram, 45,3% se manifestaram pela saída da ex-presidente Dilma
Rousseff; 28,2% pela permanência dela no cargo; e 23,8% declararam não
ter se manifestado em relação ao impeachment.
Perguntados
pela CNT/MDA se têm intenção de participar de alguma manifestação pela
saída do presidente Michel Temer do cargo, 67,7% responderam não e 30,8%
disseram sim.
Sobre
os motivos dos panelaços e das manifestações contra corrupção terem
diminuído no governo Temer, 50,3% dizem ter perdido a esperança com os
atuais políticos; 25,4% alegam falta de perspectivas de mudanças no
curto prazo. Para 16,3%, o motivo foi a saída do PT da Presidência da
República e 3,9% dizem que hoje há menos motivos para protestar.
Para
Clesio Andrade, isso mostra claramente que o povo está descrente. “Viu
que não adianta ir para a rua, já fez uma mudança de presidente e não
resolveu. E, por outro lado, a eleição está próxima. Apesar do potencial
de pessoas irem para a rua ser maior dos que o que foram, elas não se
animam por esses fatores”, explicou.
Lava Jato e corrupção
Os
brasileiros continuam acompanhando as ações da Operação Lava Jato,
aprovando suas ações e acreditando, em sua maioria, que ela está
beneficiando o Brasil, segundo a CNT. A pesquisa aponta que 79,9% da
população diz que estão acompanhando a operação da Polícia Federal.
Em
relação à aprovação, 78,5% aprovam a Lava Jato na investigação de casos
de corrupção envolvendo políticos e empresários, 9,3% desaprovam e 7,7%
não aprovam e nem desaprovam.
Para 54%, a Operação Lava Jato
está beneficiando o Brasil, 24% avaliam que ela não está beneficiando
nem prejudicando e 15,9% acham que ela está prejudicando o país.
Expectativa
Os
entrevistados também foram questionados sobre a expectativa em relação a
emprego, renda, saúde, educação e segurança pública. “Todos os índices
mostram baixa nas expectativas”, disse Andrade, explicando que segurança
pública tem as piores expectativas de melhora.
De acordo com a
pesquisa, 16,6% acreditam que o nível de segurança pública vai melhorar,
enquanto 45,7% dizem que vai piorar. Para 36,2% a situação vai ficar
igual.
Sobre emprego, 25,7% acreditam que o nível de emprego vai
melhorar; 35,4%, que vai piorar; e 36%, que a situação vai se manter
como está.
Na saúde, 21,1% dos entrevistados acreditam que a
situação na área vai melhorar; 36,5%, que vai piorar; e 40,3%, que vai
se manter a mesma.
Em educação, 25% dos entrevistados afirmaram que o setor vai melhorar; 29,4%, que vai piorar; e 43,6%, que vai se manter igual.
No
quesito renda mensal, 22,1% acreditam em melhora; 20,6% avaliaram que
haverá uma piora; e 53,2% avaliaram que a situação permanecerá no mesmo
patamar.