Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Lilian Machado: experiência e catarse de uma foliã pipoca atrás do trio elétrico de Luís Caldas no Carnaval de Salvador

Sexta, 16 de fevereiro de 2018
Do Blog Bahia em Pauta, editado pelo jornalista baiano Vitor Hugo Soares.


ARTIGO

Além de um fricote
Lilian Machado
Uma catarse de alegria e chão desvendado por pés que andam e pulam sem parar, atrás de uma imensa caixa de som que eleva o poder da música. Em cima dessa definição chamada trio elétrico, versos, acordes e batidas ampliam a euforia de quem está embaixo. O folião entra naquela onda sonora e se inebria com passos e danças que surgem sem ensaios – é o corpo que pede e responde aos apelos.
Essa emoção eu vivi na experiência de pular atrás do trio elétrico de Luiz Caldas, no Carnaval de Salvador, trajeto Barra-Ondina.
Depois de alguns anos sem ir àquele circuito da folia, decidi arriscar a volta até o lugar “serenado” pelas águas do mar e abençoado pelo Farol e o Cristo. Há algum tempo resistia ao corredor que havia se transformado numa vitrine de televisões e camarotes. Mas, era preciso conferir de perto o que se propagava como o “novo” carnaval sem cordas da Bahia, em um dos mais efusivos locais da folia.
As companhias é bem verdade valeram muito mais. No carnaval, a energia do folião do lado tem que vibrar igual a sua senão não presta. A combinação existiu, portanto, a alegria eclodiu, aconteceu! Mas Luiz Caldas ajudou demais. Foi fácil se contagiar com o seu repertório.
Com Visão do Cíclope (Quero ver toda a massa cantando reggae

sem se importar com a coisa que me carregue), Luiz explodiu a multidão que o acompanhava.  Era gente demais, gente que reconhece aquele que muitos resumem apenas, como pai do Axé Music, mas que representa muito mais para a deusa música.

Clássicos do Carnaval, de Moraes Moreira, Armandinho, Jerônimo, entre os próprios de sua conhecida carreira receberam o brilho dos solos de sua guitarra. Assim, Luiz contagiou a massa, ferveu o chão, fez a alegria do folião pipoca, como se diriam nas definições clichês da festa. Assim nos fez amar aquela noite de Carnaval. 
Já tinha noção sobre o seu talento e afinco musical, mas só pude ter certeza neste Carnaval ao pular junto a sua pipoca.
Entre aqueles que ainda não o conhecem ouso o convite. Como amante da música, vocacionado, aprendiz diário de novos arranjos, Luiz não faz marketing,  mas abriu um portal na internet, onde disponibiliza música gratuita, com a intenção de lançar um álbum por mês. 
Já são 64 discos, 700 músicas gravadas e 25 milhões de downloads, numa prova de que a sua vida musical foi muito além de um “Fricote”.

PS: Fricote é o nome do primeiro sucesso de Luiz Caldas.

Lilian Machado é jornalista, ex-repórter de política da Tribuna da Bahia, premiada mais de uma vez pela melhor cobertura da Assembleia Legislativa da Bahia

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“Visão do Cíclope”, Luiz Caldas: O Reggae da catarse de um mago da música baiana para começar a sexta-feira no BP



“Visão do Cíclope”, Luiz Caldas: vai dedicado à jornalista Lilian Machado – amiga do peito dos que pensam e fazem o Bahia em Pauta , a começar por seu editor – em agradecimento e louvos ao belo texto que ela assina hoje no site blog. Confira.
BOM DIA!!!

(Vitor Hugo Soares)