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(Millôr Fernandes)

sábado, 24 de fevereiro de 2018

SAÚDE E BEM-ESTAR 8: A Indústria Alimentícia — Os Alimentos Processados

Sábado, 24 de fevereiro de 2018
Por
Aldemario Araujo*


SAÚDE E BEM-ESTAR
50 textos (um a cada final de semana). Registros de uma caminhada em busca de saúde e bem-estar consistentes e duradouros. Veja todos os escritos em: http://www.aldemario.adv.br/saude.htm

8 A INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA – OS ALIMENTOS PROCESSADOS

A humanidade passou a conviver, a partir das décadas de 50 e 60 do século XX, com uma enorme oferta de comidas industrialmente processadas. A alimentação passou a ser buscada, majoritariamente, nas prateleiras dos mercados e supermercados em enlatados, embalados, congelados, etc. O surgimento do fast food (comida rápida em lanchonetes) é um capítulo especialmente relevante nesse filme da “modernidade”.

O avanço da indústria alimentícia coincide com a explosão de doenças como obesidade, hipertensão, diabetes (tipo 2), diabesidade, Alzheimer, Parkinson, câncer, autoimunes, asma, eczema, alergias, cardiovasculares, lúpus, esclerose múltipla, osteoporose, osteoartrite, doença pulmonar obstrutiva crônica, etc. A estreita relação entre os dois fenômenos não pode ser ignorada.

É intuitivo que a conservação de alimentos por semanas, meses e até anos reclama a adição de quantidades consideráveis de substâncias artificiais. Além da manutenção por longo período, esses elementos buscam acentuar sabores e gerar uma espécie de compulsão (vício ou dependência) voltada para o consumo continuado.

A maioria dos alimentos processados são verdadeiras “bombas químicas” com ingredientes oriundos, em boa parte, de grandes petroquímicas e fábricas de químicos básicos (conservantes, acidulantes, aromatizantes, corantes, solventes, emulsificantes, realçadores de sabor, etc). Uma pergunta, portanto, é inevitável. Como o organismo humano reage a esses coquetéis preparados pela indústria? Não é preciso muito esforço para compreender que o corpo responde negativamente a quase todos esses elementos (os danos não são experimentados imediatamente, é bom frisar).

Existe um “Sistema Internacional de Numeração de Aditivos Alimentares”, elaborado pelo Comitê do Codex sobre Aditivos Alimentares e Contaminantes de Alimentos (CCFAC). Esse mecanismo estabelece um padrão numérico internacional de identificação dos aditivos alimentares conhecido  pela sigla INS (International Numbering System). O INS, esclarece (?) a ANVISA, “não supõe uma aprovação toxicológica da substância pelo Codex”. Veja a lista em questão no seguinte endereço eletrônico:

A enorme quantidade de açúcar, sódio e gordura hidrogenada (ou trans) em boa parte dos alimentos processadas constitui uma preocupação adicional. São fatores geradores de obesidade, distúrbios metabólicos e hipertensão. Ademais, essa comida acidificante concorre para a formação de um terreno ou ambiente biológico propício ao aparecimento e desenvolvimento de inúmeras doenças.

Uma das consequências mais perversas da alimentação industrializada ou processada, dominante ou quase exclusiva, é a subtração da dieta diária dos vários nutrientes essenciais para o funcionamento saudável do organismo (minerais, vitaminas, aminoácidos, etc).

Um capítulo especialmente preocupante da atuação da indústria alimentícia está relacionado com as crianças. Existe, infelizmente, uma intensa propaganda voltada para o público infantil. O objetivo é claro. Busca-se conquistar o paladar das crianças e desenvolver hábitos (ou vícios), extremamente lucrativos, para toda a vida. Nessa linha, não deixe de conferir o documentário “Muito Além do Peso” (http://www.muitoalemdopeso.com.br).
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*Aldemario Araujo Castro é Professor, Advogado, Mestre em Direito e Procurador da Fazenda Nacional