Da Associação Baiana de Imprensa
Por Zeca Peixoto
O fascismo como fenômeno político tem sido estudado à exaustão desde as experiências dos anos 20, 30 e 40 na Europa. A partir de então, esta deletéria doutrina, nas suas múltiplas roupagens e a despeito dos males já causados à humanidade, continua encantando incautos ao tempo que orquestra sua marcha fúnebre para sepultar o conhecimento e a razão. Sua argumentação prima recai na não-verdade. Joguete de palavras que mira chaves de recepção pouco atentas à realidade. A rigor, artigo publicado no último dia 25/11 nesta coluna, de título “Jornalismo sob teste”, espelha esse modos operandi narrativo.
A sensação é de que Poliana sequestrou o autor e o encarcerou em Estocolmo. E hei de concordar com ele no filete dorsal do seu raciocínio. Não há como negar que o jornalismo está sob teste quando um presidente assumidamente fascista ameaça a liberdade de expressão e flerta abertamente com um novo Ato Institucional número 5, o AI-5, que em 1968 decretou o fechamento do Congresso e o fim da liberdade de imprensa. O desafio dos profissionais do jornalismo seria se ajustar à ausência da liberdade de expressão?
Argui também o autor que o ungido mandatário da nação foi eleito esnobando o marketing político, vetando a ideologia (oi?) e se contrapondo à imprensa tradicional a partir da ancoragem discursiva na qual prometia segurança, blindagem às crianças, patriotismo e um deus à sua imagem e semelhança para cada eleitor chamar de seu. Goebbels não seria mais criativo.