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(Millôr Fernandes)

sábado, 16 de novembro de 2019

Michelle Bachelet condena uso excessivo da força policial na Bolívia

Sábado, 16 de novembro de 2019
Para alta comissária da ONU, situação pode degenerar-se no país

Por Agência Brasil*  Brasília
A alta comissária da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, condenou hoje (16) o uso “desnecessário e desproporcional da força” pela polícia e pelo Exército para reprimir os manifestantes na Bolívia. Segundo ela, a conduta das forças de segurança pode conduzir o país a uma situação “degenerativa”.

Presidente do Chile por duas vezes, de 2006 a 2010 e de 2014 a 2018, Bachelet emitiu comunicado em que classificou de “extremamente perigoso” o uso excessivo da força contra os apoiadores do ex-presidente Evo Morales, que renunciou no último domingo (10) em meio ao clima de instabilidade no país.

Alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Bachelet emitiu comunicado sobre a situação na Bolívia - ONU/Mark Garten (arquivo)

O secretário-geral da ONU, António Guterres, enviou um representante à Bolívia para apoiar os esforços de negociação para uma solução pacífica para a crise social e política no país. Refugiado no México, Morales defendeu, em recente entrevista, que tanto a ONU como a Igreja Católica, se necessário o Papa Francisco, entrem nas conversas.

Morales diz ter sido deposto do cargo por um golpe de Estado que o forçou a exilar-se no México. Reconhecida por alguns países, a presidente interina da Bolívia, a senadora Jeanine Anez, tenta organizar novas eleições.

A Constituição boliviana estabelece que um presidente interino tem 90 dias para organizar uma eleição. Morales renunciou após protestos em todo o país por suspeita de fraude eleitoral na eleição de 20 de outubro.

O Tribunal Superior Eleitoral boliviano tinha confirmado a vitória de Morales em primeiro turno, que daria o quarto mandato seguido ao governante. Uma auditoria da Organização dos Estados Americanos, no entanto, constatou irregularidades generalizadas na votação e na apuração.

Em 2016, Morales rejeitou o resultado de um referendo que o proibiria de concorrer a um novo mandato.

*Com informações da RTP, televisão pública de Portugal