Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sábado, 10 de abril de 2021

Saúde do DF está voltando à idade média. Paciente de Covid-19 está intubado e sem sedativo e foi amarrado ao leito de UTI no Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), no DF.

Sábado, 10 de abril de 2021

No vídeo acima, sobrinha de paciente que está intubado e AMARRADO no leito de UTI no HRSM, hospital "gerido" pelo IgesDF —Instituto de Gestão Estratégica da Saúde do DF faz denúncia/apelo. O tio está com Covid-19. E amarrado porque no Hospital Regional de Santa Maria não há o indicado e necessário medicamento para a sedação. O sofrimento é terrível.

É o caos, ou não é o caos? Seria mimimi? Não, não é mimimi. É o caos.


Puta que pariu! Expressão dura, que não se deve pronunciar, e que, por isso, peço perdão às putas. E perdão também aos leitores que porventura estejam lendo essa postagem.

Aos governantes, aos gestores da pandemia —não são gestores da luta contra a pandemia da covid-19, parecem mais gestores da pandemia, gestores da covid-19— não posso desculpá-los, pois o mínimo (o mínimo) que se pode considerá-los é que são incompetentes. 

Incompetentes (no mínimo, no mínimo) no suprimento de vacinas contra a Covid-19. Não compraram na hora certa, não se sabe se por negacionismo ou brutal (brutal, sim) incompetência. 

Incompetentes (no mínimo, no mínimo) no suprimento de leitos e de kit de intubação em UTI para atendimento aos brasileiros contaminados por esse maldito vírus. Maldito vírus, mas auxiliado pela postura negacionista do presidente da República, que o considera gripezinha, resfriadinho, que usar máscara não funciona, coisas que provocavam um mimimi do povo, dos brasileiros que ele chamou de maricas por ficar, segundo ele, de mimimi. Como já disseram por aí, mimimi é a dor que não é nossa. É coisa dita por gente (gente???) que sequer não tem capacidade de empatia.

Administradores públicos incompetentes (no mínimo, no mínimo, incompetentes) por abandonarem o conhecimento proporcionado pela ciência e se agarrarem (no mínimo, no mínimo) nas loucuras dos negacionistas, terraplanistas e dos antivacinadores. Se agarrarem ao negacionismo do filósofo que não é filósofo, Orvalho de Cavalo. O cara que diz que vacina só faz mal.

Lembremos do monta/desmonta hospitais de campanhas. Do monta UTIs em hospital de campanha e depois se descobre que de UTI nada ou quase nada, mas apenas leitos de enfermaria. Lembremos que apesar de todas os alertas, muitos deles alertas veementes de especialistas e instituições em infectologia —brasileiros e estrangeiros— afirmando que uma nova onda atingiria o Brasil e vários dos alertas de que o DF seria duramente atingido se as coisas continuassem a acontecer (ou não acontecer) como se observava...nada ou quase nada acontecia/aconteceu. 

Só depois que o Distrito Federal voltou a ser um dos líderes nacionais em mortes e contaminação por covid-19 —proporcionalmente à sua população, claro— é que o governo do DF voltou a se mexer mais um pouquinho. Quem não sabe se mexer na hora apropriada, remexe e a coisa desanda, ou não anda. Agora corre o governo do DF, literalmente, atrás do prejuízo —ninguém deve correr atrás do prejuízo ou déficit, mas sim atrás do lucro, melhor do superávit. Mas o governo do DF corre agora para tentar ser 'menos pior' na carreira ao superávit, na cura de pacientes de covid-19. 

Correndo atrás do superávit —falo superávit para frisar que saúde não pode ser mercadoria, mas um direito de todas as pessoas. Lucro é linguajar daqueles que em tudo, seja na saúde ou na morte, no enterro, visa enriquecer.

Mas voltando ao mexido, melhor, ao 
xenhenhém (coisa que só é bom no forró) na saúde do DF o sistema continua um caos. Ou não é caos um paciente de covid-19 que se encontre intubado ser AMARRADO ao leito de UTI? Isto para que permaneça imóvel, pois a dor é enorme, mas no Hospital Regional de Santa Maria (DF) não há o necessário medicamento para sedar pacientes intubado. Então...voltamos em marcha batida à era medieval, em que anestesia, sedativo, essas coisas, não se usava. Lá atrás, não se usava porque não existia. Nos tempos de agora, não se usa por incompetência ou sei lá o quê. Mais não falo, para conter-me em não...