Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sexta-feira, 8 de outubro de 2021

Nordestino, com muito orgulho. E também "não troco meu 'oxente' pelo 'ok' de ninguém"

 Sexta, 8 de outubro de 2021

Não troco o meu “oxente” pelo “ok” de ninguém  (Ariano Suassuna)

Por Taciano
É comemorado hoje, 8 de outubro, o Dia do Nordestino. A data é uma homenagem ao nascimento do poeta Catulo da Paixão Cearense, autor da música Luar do Sertão.

Como nordestino, filho da ainda hoje pequena Itiúba, na região sisaleira do interior da Bahia, com a área urbana localizada num vale entre serras, pude admirar as noites de luar. Na minha época de criança a energia elétrica na cidade vinha de um potente motor Caterpillar a óleo e importado da Inglaterra. Para a alegria da criançada, em especial minha, o motor freqüentemente passava dias, e até meses, sem funcionar. Era a grande oportunidade de ver a lua cheia nascer por detrás das serras e desaparecer do outro lado da cidade, escondendo-se na Serra do Cruzeiro. Em noites sem lua cheia admirava os bilhões e bilhões de estrelas do céu. Na realidade, diariamente após às 22 horas o motor, por economia ou sei lá se era porque não suportaria ficar 24 horas por dia ligado, era desligado e, para mim, a cidade ficava ainda mais bonita.

E não há, creio, música que toca mais o coração deste nordestino do interior —apesar de ter arribado para a beira da praia (Salvador) e depois para Brasília— do que “Luar do Sertão”, um verdadeiro hino.



Música 'Luar do Sertão', autoria de Catulo da Paixão Cearense, cantada pelo Mestre Lua, o Nordestino Arretado, Luiz Gonzaga, o Rei do Baião


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Obs.: Postagem originalmente postado aqui mesmo no Blog Gama Livre em 8 de outubro de 2020