Sábado, 21 de setembro de 2013
Vitor Abdala, repórter da Agência Brasil
Rio
de Janeiro – Um adolescente de 16 anos e sua mãe, duas das testemunhas
do inquérito que investiga o desaparecimento do ajudante de pedreiro
Amarildo de Souza, foram retirados na madrugada de hoje (21) do Rio de
Janeiro pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República,
com a ajuda da Polícia Federal. Os dois pediram para ingressar no
Programa de Proteção à Criança e ao Adolescente Ameaçado de Morte, do
governo federal.
O pedido deve ser analisado em até uma semana, mas como eles corriam
risco de morrer, a Secretaria de Direitos Humanos optou por retirá-los
da cidade do Rio e levá-los para um destino não divulgado, enquanto o
pedido de ingresso no programa é analisado. Os dois já estão "sob
proteção federal", segundo nota da secretaria.
Uma das testemunhas do caso, o adolescente havia inicialmente dito,
em depoimento, que Amarildo de Souza foi morto por um traficante da
Rocinha. Em seguida, o jovem disse que foi coagido pela Polícia Militar
para dar o depoimento.
Amarildo de Souza desapareceu no dia 14 de julho e, segundo sua
família, foi visto pela última vez quando estava sob custódia da Unidade
de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, onde ele morava. O Programa
de Proteção à Criança e ao Adolescente Ameaçado de Morte proporciona
ajuda com moradia e com a reinserção da pessoa no novo ambiente.
O desaparecimento de Amarildo foi lembrado em manifestações em
diversas cidades do país. Durante os protestos era comum os
manifestantes carregaram cartazes perguntando "Onde está Amarildo?".