Sexta, 10 de agosto de 2012
Juntos! com Sadi
& Baiana, Chapa 88!
Nota de apoio do Coletivo Juntos! à
chapa 88 Sadi & Baiana a Reitoria da UnB
2012 é o ano que
ficará marcado na história da educação brasileira. Ficará marcada também a
intransigência do governo Dilma-PT/PMDB em não negociar com as categorias em
greve.
Essa greve é uma
resposta direta da educação a uma política que há décadas vem sucateando o
ensino público no Brasil, quadro que se agravou muito nos dois governos de Lula
e continua no governo Dilma. Esses governos continuam pagando religiosamente a
questionável divida pública, onde mais de 47% do orçamento federal são
canalizados para a agiotagem nacional e internacional. Enquanto isso, menos de
4% são destinados para a Educação. Destes, foram cortados mais de 5 bilhões no
orçamento da educação deste ano.
Na UnB, podemos perceber esse sucateamento no dia-a-dia; andando pela
universidade, vemos o sucateamento que foi exponenciado por um processo de
expansão precário, sem garantia nenhuma de qualidade, via programa de expansão
do governo federal (REUNI), que não foi suficiente para democratizar o acesso à
universidade e expandiu os problemas existentes, como estrutura precária,
iluminação inadequada, salas e laboratórios insalubres, falta de restaurantes
universitários nos novos campi.
A
UnB que não tem assistência estudantil para todos os estudantes que tem esse
direito. A bolsa permanência, quando é concedida, se transformou em bolsa-trabalho,
um método que a reitoria/governo usa para suprir a falta de servidores
concursados que existe na universidade e que representa uma precarização do
trabalho. Assim, defendemos o fim da contrapartida trabalhista para o
bolsista-permanência.
No ano de 2008, a UnB esteve pautada nacionalmente em um escândalo
de corrupção, envolvendo seu então reitor e toda a cúpula dirigente da
universidade, tinha como protagonistas as fundação privada na UnB, mais
especificamente a FINATEC. Os estudantes deram uma resposta coerente ocupando a
reitoria e derrubando toda a administração superior da universidade.
Depois da ocupação, conquistamos um avanço democrático na UnB: a paridade
nas eleições para Reitor, que foi uma conseqüência direta da ocupação. Nas
eleições de 2008, os estudantes participaram de forma massiva e garantiram que
a chapa encabeçada por Zé Geraldo saísse vitoriosa no segundo turno.
Quatro anos desta gestão se passaram
e vimos frustradas muitas expectativas de avanços no campo democrático, como a
promessa do então candidato de constituir o Congresso Estatuinte Paritário na
UnB. Também nesta atual gestão a relação com as fundações privadas foram
plenamente restabelecidas, o que, para nós do Juntos!, é um enorme retrocesso,
com uma política de pactuação com o campo da direita tradicional da UnB.
Discordamos do projeto de educação do Governo Lula/Dilma e não concordamos com
sua aplicação na UnB via reitoria. Defendemos um projeto de educação que
garanta qualidade de ensino, pesquisa e extensão, estrutura, assistência
estudantil, valorização do trabalho docente e dos técnicos administrativos, e
que o governo garanta vagas para todos.
Denunciamos também o processo de
precarização e privatização camuflada dos hospitais universitários, que está
sendo realizadas nas universidades e que a atual reitoria (representadas nas
chapas, 80, 82, 84 e 87) implementou na UnB sem nenhuma polarização com os
grupos da direita tradicional (representadas nas chapas 86, 85 e 83).
Expressamos nosso total repúdio a
atual diretoria da ADUnB de tentar barrar na justiça a paridade nestas eleições
para reitor, esse ato é um verdadeiro ataque à democracia.
Na nossa visão, a UnB deve ser um
pólo agregador do pensamento crítico e contra-hegemônico, capaz de gerar e
disseminar o conhecimento de maneira livre e solidária.
Reafirmamos nosso posicionamento contra a privatização e precarização da
universidade, contra a militarização e a presença da política militar nos
campi.
Assim o Juntos! declara apoio à chapa
88, Sadi Dal Rosso - Reitor e Maria Lúcia Leal (Baiana) - Vice, por acreditar
que esta é a chapa que pode avançar em defesa de uma universidade
pública, gratuita, de qualidade, laica, democrática, socialmente referenciada e
que esteja a serviço dos trabalhadores.