Quarta, 22 de agosto de 2012
Da OIT
SANTIAGO (Notícias da OIT) – A precariedade e a informalidade no mercado
 de trabalho são dois dos fatores que contribuem para que mais da metade
 da população rural da América Latina se mantenha na pobreza, apesar do 
crescimento econômico ocorrido na região nos últimos anos, de acordo com
 a segunda parte de um relatório conjunto apresentado hoje pela FAO, OIT
 e CEPAL.
Entre os pobres das áreas rurais, menos da metade têm acesso a mercados 
formais de trabalho e nos piores casos esta cifra cai até somente 2%, 
dependendo do país, segundo o estudo Políticas de Mercado e Pobreza 
Rural na América Latina, realizado pelas três agências das Nações 
Unidas.
Os organismos enfatizam no estudo que a pobreza entre a população rural 
caiu somente de 60% em 1980 para 53% em 2010 apesar do aumento das 
exportações agrícolas, à maior produção e ao crescimento econômico 
registrado pela América Latina durante grande parte da última década.
 
O estudo acrescenta que isto deixa claro que o funcionamento atual do 
mercado de trabalho não está distribuindo os benefícios do crescimento, 
particularmente entre as pessoas que moram e trabalham nos setores 
rurais.
 
Debilidade nas instituições do mercado de trabalho
 
Esta semana foi divulgado o segundo volume do estudo iniciado em 2010, 
que no total abarcou 12 países. O novo volume incorpora dados da 
Argentina, Bolívia, Guatemala, Honduras, México, Paraguai e Uruguai.
A segunda parte do relatório diz que a vinculação entre a precariedade nos empregos e a pobreza rural se dá, entre outros fatores, por debilidades nas instituições do mercado de trabalho, tais como a ausência ou não cumprimento do salário mínimo, de proteção social, da sindicalização e as formas de contratação da mão de obra.
 
A segunda parte do relatório diz que a vinculação entre a precariedade nos empregos e a pobreza rural se dá, entre outros fatores, por debilidades nas instituições do mercado de trabalho, tais como a ausência ou não cumprimento do salário mínimo, de proteção social, da sindicalização e as formas de contratação da mão de obra.
Por outro lado, existem problemas estruturais que contribuem para 
reproduzir a pobreza dos trabalhadores rurais, entre os quais se 
encontram o trabalho infantil e a discriminação contra a as mulheres.
 
“As mulheres representam 20% da força laboral agrícola na América Latina
 e no Caribe e desempenham uma função chave na segurança alimentar, mas 
não têm igualdade de acesso aos recursos e sofrem discriminação no 
mercado de trabalho, tanto em termos de seus salários como em condições 
de trabalho”, assinalou o representante regional da FAO, Raúl Benitez.
 
O predomínio da informalidade é essencial para entender esta situação, 
diz o relatório. A isto somam-se mecanismos de intermediação laboral e 
subcontratação que também incidem na precarização dos empregos e no 
consequente aumento da pobreza.
 
“A grande quantidade de pessoas que trabalham em condições de 
informalidade no setor rural nos indica a presença de um importante 
déficit de trabalho decente em nossa região, pois significa que ganham o
 sustento em condições precárias, sem segurança nem direitos e com 
baixos salários”, comentou Elizabeth Tinoco, Diretora Regional da OIT 
para a América Latina e o Caribe.
 
Para Alícia Bárcena, Secretaria Executiva da Comissão Econômica para a 
América Latina e o Caribe (CEPAL), “é fundamental promover políticas que
 permitam crescer com aumentos de produtividade, complementadas com 
políticas orientadas a melhorar o funcionamento do mercado de trabalho 
rural para assegurar que os ganhos de produtividade se traduzam em 
melhores rendimentos do trabalho e, por esse caminho, menor pobreza”.
 
O relatório diz que os países devem reforçar a institucionalidade e as 
políticas públicas, de maneira que contribuam padra o melhor 
funcionamento do mercado de trabalho rural para que o emprego seja uma 
via efetiva de redução da pobreza.
 
As três agências propõem uma série de áreas de políticas destinadas ao 
mercado de trabalho, que apontam para a diminuição da pobreza rural e a 
melhoria da geração e qualidade do emprego.
 
Estas políticas deveriam promover medidas orientadas ao cumprimento dos 
salários mínimos, a formalização do emprego, a ampliação de qualificação
 para trabalhadores/as rurais, o fomento das instâncias de diálogo, a 
informação sobre os direitos dos trabalhadores, a erradicação do 
trabalho infantil, a promoção do emprego feminino e a certificação 
laboral, entre outras.
Mais informações sobre os dois volumes do relatório podem ser obtidas em http://www.rlc.fao.org/es/prensa/noticias/informalidad-y-precariedad-en-el-empleo-factores-clave-de-la-pobreza-rural-en-america-latina/
 
 
 
