Terça, 4 de setembro de 2012
Outro deponte de hoje obtém habeas corpus para permanecer em silêncio.
Da Agência Câmara
Em ofício encaminhado no fim da tarde de
segunda-feira (3) à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que
investiga as relações de Carlinhos Cachoeira com agentes públicos e
privados, o deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) informou que não
poderá comparecer à reunião de hoje e pediu para que seu depoimento seja
adiado.
No documento, o deputado, que falaria sobre denúncias de envolvimento
com a organização de Carlinhos Cachoeira, afirma que tem “importantes e
inadiáveis compromissos pessoais anteriormente assumidos”. Ainda no
ofício, Leréia se coloca à disposição da comissão a partir do dia 18 de
setembro.
De acordo com investigações da Polícia Federal, o parlamentar teria
recebido dinheiro da organização de Carlos Cachoeira. Além disso, teria
alertado o contraventor sobre uma operação policial e usado o cartão
dele para fazer compras. Segundo a PF, Leréia e Cachoeira conversaram
por telefone pelo menos 72 vezes entre março e julho do ano passado. O
nome do deputado é citado em outros 26 telefonemas entre o contraventor e
outros supostos membros da organização criminosa.
Em entrevistas concedidas após as denúncias, Leréia se declarou amigo
de Cachoeira e negou ter ligação com a exploração de jogos ilegais.
Na Câmara, o Psol já encaminhou pedido de abrertura de processo
contra o parlamentar. Uma comissão de sindicância votou pelo
encaminhamento do processo ao Conselho de Ética, mas a decisão final
cabe à Mesa da Câmara dos Deputados.
"Laranja"
Além do deputado, a CPMI convocou também para hoje André Teixeira Jorge, que era motorista de Cláudio Ab reu, o ex-gerente da construtora Delta no Centro-Oeste. Ele obteve liminar em pedido de habeas corpus, na última sexta-feira e o mais provável é que fique calado diante dos parlamentares.
Além do deputado, a CPMI convocou também para hoje André Teixeira Jorge, que era motorista de Cláudio Ab reu, o ex-gerente da construtora Delta no Centro-Oeste. Ele obteve liminar em pedido de habeas corpus, na última sexta-feira e o mais provável é que fique calado diante dos parlamentares.
A liminar foi deferida pela ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal
Federal. Ele é apontado pela polícia como integrante da organização. As
investigações apontam, ainda, que sua evolução patrimonial e
movimentações financeiras são incompatíveis com os rendimentos
declarados. Por esse motivo há suspeitas de que ele seja usado como
“laranja” pelo grupo.
A reunião está marcada para as 10h15, na sala 2 da ala Senador Nilo Coelho, anexo 2 do Senado Federal.