Quarta, 19 de setembro de 2012
Débora ZampierRepórter da Agência Brasil
O julgamento da Ação Penal 470, conhecida como processo do
mensalão, terá uma subdivisão no capítulo sobre compra de apoio no
Congresso Nacional entre 2003 e 2004. O subfatiamento do Capítulo 6,
confirmado hoje (19) pelo relator Joaquim Barbosa, pode atrasar em
alguns dias a análise das acusações de corrupção ativa, que envolvem o
núcleo político.
Até agora, Barbosa concluiu o julgamento das acusações de corrupção
passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha envolvendo réus
ligados ao PP e ao PL (atual PR). Na sessão de hoje, ele começou a falar
sobre os réus do PTB e concluirá essa etapa amanhã (20), juntamente com
as considerações envolvendo o PMDB.
Inicialmente, o relator havia programado continuar seu voto falando
sobre os dez acusados do crime de corrupção ativa, mas ele achou melhor
dar uma pausa e abrir a votação dos itens já analisados por ele, ontem e
hoje, aos demais ministros. A subdivisão foi acertada nesta
quarta-feira de manhã, em uma ligação telefônica do relator para o
revisor do processo, Ricardo Lewandowski.
Nas contas de Barbosa, seu voto terminará amanhã, na primeira metade da
sessão, e o revisor poderá votar em seguida. Lewandowski, por sua vez,
calcula que terminará seu voto na próxima quarta-feira (26), permitindo
aos demais ministros encerrar essa etapa até o final da próxima semana.
O julgamento dos crimes de corrupção ativa começaria, segundo essas
previsões, no dia 1º de outubro, mesma semana do primeiro turno das
eleições municipais. Ambos os ministros, o relator e o revisor, afirmam
desconsiderar as críticas de politização do julgamento devido à
coincidência de datas. Segundo Barbosa, a única motivação para a
subdivisão do capítulo em análise é o cansaço, pois ele faz a leitura
ininterrupta de seu voto desde a última segunda-feira (17).