Quinta, 6 de dezembro de 2012
Da Tribuna da Bahia
Com Douglas Corrêa/Cristiane Ribeiro/Agência Brasil
Foto: Ricardo Stuckert/PR
Oscar Niemeyer estava internado desde o dia 2 de novembro
Morreu há pouco no Hospital Samaritano, em Botafogo, onde
estava internado desde o dia 2 de novembro, vítima de complicações
renais e desidratação, o arquiteto Oscar Niemeyer, de 104 anos.
O quadro de saúde de Niemeyer piorou nas últimas horas, e o boletim
médico assinado esta tarde pelo médico intensivista Fernando Gjorup
indicava piora "no estado clínico do arquiteto".
Por causa de uma infecção respiratória, o arquiteto que estava na
unidade intermediária do hospital apresentou um quadro de infecção
respiratória, ficou sedado e respirando com auxílio de aparelhos.
Niemeyer morreu às 21h55, horário de Brasília. Ele completaria 105 anos no próximo dias 15.
Obras de Niemeyer espalham-se por diversos países
Um ano depois do casamento, ingressou na Escola Nacional de Belas
Artes e, em 1932, começou a trabalhar no escritório de Lúcio Costa e
Carlos Leão. O diploma de engenheiro arquiteto ele recebeu em 1934.
Ainda trabalhando com Lúcio Costa, em 1936, conhece o arquiteto francês
de origem suíça Le Corbusier (Charles Edouard Jeanneret-Gris,
considerado a figura mais importante da arquitetura moderna), que chega
ao Rio de Janeiro a convite de Lúcio Costa e de Gustavo Capanema, então
ministro da Educação e Saúde do governo Getúlio Vargas, para atuar como
consultor no projeto do Ministério da Educação.
Na ocasião, Niemeyer desempenha o papel principal na corrente
modernista, que privilegiava a expressão plástica, e assina o projeto
com o mestre Corbusier. Em 1947, ainda com Corbusier, Niemeyer divide o
projeto da sede da Organização das Nações Unidas (ONU), nos Estados
Unidos.
Antes, em 1940, é apresentado a Juscelino Kubistcheck, prefeito de
Belo Horizonte, que o convida para desenvolver o grande projeto do
Conjunto da Pampulha. Dezesseis anos depois, o mesmo Juscelino, agora
presidente da República, o convida para fazer o projeto de Brasília, a
nova capital do país.
Em 1967, em plena ditadura militar, Niemeyer, que militava no
Partido Comunista Brasileiro, tem embargado seu projeto do aeroporto de
Brasília. Impedido de trabalhar no Brasil, vai para Paris, onde instala
um escritório. Lá, entre tantos projetos, lança, em 1971, sua primeira
linha de mobiliário para escritório, em parceria com a filha, Anna
Maria, morta em junho deste ano.
A mulher, Annita, morre em 2004 e, dois anos depois, o arquiteto,
que já tinha 99 anos, casa-se com sua secretária, Vera Lúcia, quase 30
anos mais jovem que ele.
Ao completar 100 anos, em 2007, Oscar Niemeyer recebe diversas
condecorações. Entre elas, a medalha ao Mérito Cultural, conferida pelo
então presidente Luiz Inácio Lula da Silva em reconhecimento à sua
contribuição à cultura brasileira. Na França,o arquiteto é condecorado
com o título de comendador da Ordem Nacional da Legião de Honra.
Entre as mais importantes obras do arquiteto destacam-se:
-- o conjunto arquitetônico da Pampulha, em Belo Horizonte;
-- o Edifício Copan, em São Paulo;
-- a construção de Brasília;
-- a Universidade de Constantine e a Mesquita de Argel, na Argélia;
-- a Feira Internacional e Permanente do Líbano;
-- o Centro Cultural de Le Havre-Le Volcan, na França;
-- os Centros Integrados de Educação Pública (Cieps) e a Passarela do Samba, no Rio de Janeiro;
-- o Memorial da América Latina e o Parque do Ibirapuera, em São Paulo;
-- e o Caminho Niemeyer, em Niterói, Rio de Janeiro;
-- o Porto da Música, na Argentina.