Terça, 4 de dezembro de 2012
Em pronunciamento nesta segunda-feira (3), o senador Rodrigo
Rollemberg (PSB-DF) fez duras críticas ao contrato firmado pelo governo
do Distrito Federal com uma empresa de Cingapura para planejar o
desenvolvimento da capital federal nos próximos 50 anos, assinalando que
a "subserviência" e a "falta de visão histórica" do governador Agnelo
Queiroz podem trazer danos irreversíveis à cidade. Rollemberg, que
salientou a posição da União Internacional de Arquitetos e da Federação
Pan-Americana de Associações de Arquitetos contra o acordo
internacional, lamentou que, às vésperas dos 25 anos de Brasília como
patrimônio cultural da Humanidade, falte ao governador compreensão do
significado da cidade para o urbanismo brasileiro:
- Ele vai buscar numa empresa de Cingapura, sem a menor
transparência, sem licitação, sem consultar ninguém, uma fórmula mágica
para o desenvolvimento do Distrito Federal nos próximos 50 anos -
protestou.
O senador contestou o governador do Distrito Federal - que teria
criticado o "provincianismo" dos críticos do contrato - lembrando que o
projeto original de Brasília rompeu com o ciclo de subserviência a
soluções de fora ao reunir os grandes talentos brasileiros. Rollemberg
manifestou preocupação com "interesses econômicos não declarados" que
poderão ser beneficiados com a implementação dos planos:
- Qual foi o estudo realizado, se é que tem algum estudo, que
identificou essa vocação de Brasília para ser um grande centro
financeiro internacional? O que levou o governo do Distrito Federal a
entender essa como a vocação de Brasília? - indagou.
Rollemberg ainda citou declaração do presidente da União
Internacional de Arquitetos, Albert Dubler, que afirmou que contratar
uma empresa de Cingapura para planejar o desenvolvimento de Brasília
seria como "chamar o McDonald’s para fazer um restaurante de gastronomia
na França".
O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), em aparte, disse esperar que
Agnelo Queiroz volte atrás no projeto que, em sua opinião, é
"constrangedor" e "uma besteira". Segundo Aloysio, o planejamento urbano
deve ter diálogo com a vida da cidade:
- Macaquear desta forma uma experiência estrangeira, que nada tem a
ver com a realidade de Brasília, é quase que um insulto aos macacos -
disse.
Fonte: Agência Senado