É preocupante que se contabilize apenas uma reação – a do
governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB) – à anunciada disposição
do “novo” presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), de retaliar o
Ministério Público, promovendo uma campanha pelo impeachment do Procurador-Geral, Roberto Gurgel.
Com a hierarquia invertida, Renan repete hoje com o senador Fernando
Collor (PTB-AL), a parceria dos tempos da presidência deste último, que
acabou em… impeachment. Que é como pode ser traduzida também a
queda de Renan no primeiro mandato no Senado, já que sua renúncia
(também tentada tardiamente por Collor) era incontornável.
No âmbito parlamentar nenhuma voz se levantou contra a
irracionalidade com que dois senadores, comprometidos por acusações
graves, ambos com inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF), anunciam
– sequer uma intenção, mas a meta a ser perseguida -, de retaliar a
autoridade pública que deu curso à investigação de fatos notórios.
Leia no Estadão a íntegra do artigo de João Bosco Rabello.