Quinta, 8 de agosto de 2013
Daniel Mello, repórter da Agência Brasil
São Paulo – Um grupo de 70 pessoas protestou na noite de hoje (8)
pedindo o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), na capital
paulista. A passeata saiu da Avenida Paulista, na região central, e foi
até o Viaduto do Chá, em frente à sede da prefeitura. No caminho, os
manifestantes fizeram paradas no escritório da Presidência da República e
no Hospital Sírio-Libanês. O ato foi chamado pelo Fórum Popular de
Saúde do Estado de São Paulo do qual participam militantes que pedem
melhorias na saúde pública.
Segundo o panfleto distribuído pelo grupo, cada ponto do trajeto teve
um significado. A primeira parada, no escritório da Presidência da
República em São Paulo, o grupo criticou o volume de recursos federais
investidos na saúde pública. “A saúde vai mal porque faltam
investimentos nos serviços e nos trabalhadores da saúde. Por isso,
exigimos o fim de todas as privatizações, concursos públicos para todas
as profissões e a manutenção dos vetos à Lei do Ato Médico”.
O médico de saúde coletiva Vitor Israel reclamou da forma como os
recursos são gastos. Na avaliação dele, deveria haver um foco nos
investimentos na prevenção de doenças. “Saúde se faz com prevenção. A
medicina não tem a cura para uma boa parte das doenças. Mas a maior
parte da população espera a dor do câncer ou do infarto para ir ao
hospital. Não tem acesso a esse cuidado preventivo”, disse.
Na porta do Hospital Sírio-Libanês, os manifestantes foram impedidos
pelos seguranças de entrarem no prédio. O local foi escolhido como
símbolo de que o acesso à saúde depende da condição econômica do
paciente. A internação do senador José Sarney (PMDB-AM), que está no
hospital desde o dia 31 de julho, foi lembrada com ironia. “Que
contradição, o Sarney no Sírio e o povo no caixão”, gritava o grupo.
Apesar do barulho em frente ao hospital, a ação foi defendida pela
militante Thais Miranda. “O povo se trata nos corredores dos hospitais, e
lá tem grito, tem briga”, declarou.
O protesto terminou em frente à prefeitura, no centro da cidade, para
pedir mais concursos públicos para a área de saúde. “Exigimos da
prefeitura que o Programa Saúde da Família seja ampliado para 100% da
sua cobertura com trabalhadores públicos”, cobravam os manifestantes por
meio do panfleto distribuído para a população.